sábado, 20 de setembro de 2025

Eleições de 2026 podem levar vices ao comando de Rio Brilhante e Ivinhema

 

                                             Juliano Ferro e Lucas Foroni - Fotos: Divulgação / Montagem Correio do Estado


A disputa eleitoral de 2026 deve alterar o comando de pelo menos dois municípios de Mato Grosso do Sul. Caso confirmem suas candidaturas, os prefeitos de Rio Brilhante e Ivinhema devem renunciar até abril do ano que vem para concorrer nas eleições gerais de outubro, abrindo espaço para que os vices assumam os mandatos até 2028. Pela lei eleitoral, quem deixa o cargo para disputar outro posto não pode retornar em caso de derrota.


Rio Brilhante


Em Rio Brilhante, o prefeito Lucas Foroni, recém-filiado ao PP, deve disputar uma vaga de deputado federal. Reeleito em 2024 com expressivos 83% dos votos, Foroni avalia que pode contribuir mais para a cidade e para sua legenda atuando em Brasília. Caso confirme a saída, o município ficará sob comando do vice-prefeito Leonardo Arruda (PSDB), que deve enfrentar uma oposição política mais intensa que a enfrentada pelo atual gestor.


Ivinhema


Em Ivinhema, o prefeito Juliano Ferro, conhecido como “o mais louco do Brasil” nas redes sociais, também deve deixar o cargo. Ele pretende disputar as eleições de 2026 pelo PL, partido ao qual deve se filiar no próximo dia 21, junto com o ex-governador Reinaldo Azambuja.


Ferro tem se apresentado como um aliado fiel do ex-governador:


“Se o Reinaldo precisar de mim para deputado federal, estou à disposição dele. Sou leal a ele e estamos juntos”, declarou.


Com a saída do prefeito, quem assume é a vice-prefeita Ângela Casarotti Cardoso (PP). A transição, no entanto, promete turbulências, já que Ângela e Juliano tiveram atritos públicos ao longo da gestão.


Um dos episódios ocorreu em julho, após reunião da vice com servidores da saúde para receber um projeto de lei. Na ocasião, Ferro reagiu:


“A atribuição de um vice é ficar na dela e esperar a ausência do prefeito, numa morte ou em caso de afastamento”.


A fala surpreendeu Ângela, que rebateu emocionada:


“Jamais imaginei aquela exposição pública, ainda mais dizendo que eu queria o lugar dele ou que desejava a morte dele. Isso me atingiu muito, como pessoa, como cristã, como católica. Eu jamais faria isso”, desabafou.


O tabuleiro político


A movimentação faz parte de um tabuleiro político maior. O PL Azambujista, liderado por Reinaldo Azambuja, articula uma grande bancada federal para 2026, com planos de garantir influência no Congresso a partir de 2027. Além disso, Reinaldo deve disputar uma vaga no Senado Federal e trabalha para eleger mais um senador aliado em partidos próximos ao seu grupo.

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