Foto: arquivo Gerson Oliveira= Correio do Estado
Ao longo da última semana, em apenas 48 horas, duas pessoas morreram vítimas de atropelamento na Avenida Afonso Pena, a principal de Campo Grande. Mas, a apesar da proximidade dos casos, as estatísticas da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) mostram que a cidade fechou o primeiro semestre do ano com o menor número de mortes no trânsito desde 2011, quando começaram a ser disponibilizados os dados pela agência.
Conforme estes número, nos primeiros seis meses do ano foram registradas 27 mortes, sendo 25 de motociclistas, uma de pedestre e uma de condutor de carro de passeio. Os números, porém, ainda podem sofrer alteração, pois mortes registradas até 30 dias depois do acidente ainda acabam sendo computadas. No dia 25 de junho ainda havia dez vítimas de acidentes de trânsito internadas na Santa Casa e eram passíveis de entrarem nesta estatística.
No ano passado foram 34 registros no primeiro semestre, o segundo melhor número desde 2011, ficando atrás somente de 2015. Os registros são menores até mesmo que no período da pandemia, quando bares e restaurantes fechavam antes da meia-noite e quando milhares de pessoas evitavam sair de casa.
Nos últimos 15 anos, com as mudanças na legislação, obediência à chamada "lei seca", rigor no uso do cinto de segurança, proliferação dos radares e lombadas eletrônicas e campanhas educativas, o número de mortes caiu quase 56% em Campo Grande.
Nos primeiros seis meses de 2011, Campo Grande contabilizou 61 mortes, ante 27 em igual período de 2025, uma diferença a menor de 34 casos.
E se consideração o aumento da frota de veículos, a redução no número de mortes é ainda mais relevante. Em 2015, de acordo com dados do Detran, Campo Grande tinha 510 mil veículos. Em 2025, o total ultrapassa os 666 mil, um aumento de 30,5%.
Campo Grande aderiu ao programa Vida no Trânsito em 2010 e desde então são computadas somente as mortes registradas na área urbana da cidade. Os óbitos que acontecem no anel viário, por exemplo, ficam de fora dos registros.
As duas mortes registradas na última semana na Afonso Pena foram de pessoas que vivem nas ruas e serão computadas somente no segundo semstre.
ESTADO
E Campo Grande não é um caso isolado quando o assunto é queda no número de mortes no Trânsito. Dados da Secretaria de Justiça e Segurança Pública relativos aos seis primeiros meses também revelam que 2025 e o ano menos letal desde 2015, ano a partir do qual os dados estão disponíveis no site da Sejusp.
Em todo o Estado foram computados 140 mortes em decorrência de acidentes de trânsito no primeiro semestre. No ano passado, no mesmo período, haviam sido 176 registros. Em 2015, haviam sido 269 mortes, uma diferença de 93 casos, ou redução 48% na comparação com 2025.
Os dados de 2025 são comparáveis somente aos do período da pandemia. No primeiro semestre de 2020 foram 141 mortes e em igual período do ano seguinte, 153.
E nestes 11 anos a frota cresceu em mais de meio milhão de veículos. Em 2015, conforme o Detran, eram 1,354 milhão de carros, caminhonetes, motos, caminhões e ônibus registrados nos 79 municípios. Agora, são 1,893 milhão de veículos.
Neri Kaspari
Com o Portal Correio do Estado

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