quarta-feira, 9 de abril de 2025

País que se alinhar à China 'cava a própria cova', diz secretário do Tesouro dos EUA; Trump pede calma a americanos

 

                                           Mandel Ngan/AFP



Horas após os chineses anunciarem nova retaliação às tarifas dos Estados Unidos, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou nesta quarta-feira (9) que países que se alinharem com a China com o objetivo de tentar contrabalançar os efeitos das tarifas americanas estarão "cavando a própria cova".


"Isso seria como cavar a própria cova", disse Bessent sobre os países europeus que consideram estreitar laços com Pequim após a entrada em vigor das novas tarifas aduaneiras do presidente Donald Trump. "Eles não fazem nada além de produzir e produzir, fazem dumping e dumping", completou.


Em paralelo, o presidente Donald Trump disse aos americanos para "ficarem calmos" em post na sua rede social Truth.


"FIQUE TRANQUILO! Tudo vai dar certo. Os EUA serão maiores e melhores do que nunca! (sic)", afirmou Trump na mensagem. "ESTE É UM ÓTIMO MOMENTO PARA COMPRAR!!! DJT", disse.


Mais cedo, o presidente já havia publicado outro post dizendo que este é um ótimo momento para as empresas mudarem suas fábricas aos Estados Unidos. Este é um dos efeitos que Trump espera conseguir com a imposição de um tarifaço ao mundo, na expectativa de reindustrializar os EUA, embora economistas sejam céticos sobre a eficácia da intenção e se a política terá esse efeito.


"Este é um ÓTIMO momento para transferir sua EMPRESA para os Estados Unidos da América, como a Apple e tantas outras estão fazendo em números recordes. TARIFAS ZERO e conexões e aprovações elétricas/energéticas quase imediatas. Sem atrasos ambientais. NÃO ESPERE, FAÇA AGORA!"


A ampliação do embate comercial ocorreu nesta quarta depois de o Ministério das Finanças da China anunciar que vai impor tarifas de 84% sobre os produtos importados dos Estados Unidos. A cobrança dessas tarifas começa já nesta quinta-feira (10). A medida é uma resposta às taxas de 104% sobre produtos chineses, determinadas pelos EUA.



As sobretaxas aos produtos chineses entraram em vigor na madrugada desta quarta. A tarifa total contempla uma taxa extra de 50% sobre as importações chinesas que chegam aos EUA. Ela se soma aos 34% previstos inicialmente na semana passada e a alíquota de 20% sobre produtos do país asiático imposta em fevereiro por Trump.


Nesta terça, o presidente americano afirmou que Pequim queria negociar, embora os sinais dos chineses foram no sentido contrário. Nesta quarta pela manhã, Bessent disse lamentar a postura do país asiático.


"Acho lamentável que os chineses realmente não queiram vir e negociar, porque eles são os piores infratores no sistema de comércio internacional", disse o secretário do Tesouro em entrevista ao canal Fox Business Network.


Trump e seus aliados têm passado os últimos dias defendendo a política da tarifária, alvo de críticas inclusive de bilionários de Wall Street. Em discurso a republicanos nesta terça, Trump diz que é o presidente dos trabalhadores e não do mercado, uma fala que foi replicada nesta quarta pela Secretaria de Imprensa da Presidência na linha da defesa das medidas.


"Tenho orgulho de ser o presidente dos trabalhadores, não dos terceirizadores; o presidente que defende a Main Street, não a Wall Street; que protege a classe média, não a classe política; e que defende a América, não os trapaceiros comerciais ao redor do mundo", disse Trump nesta terça.


Com informações da Reuters e AFP

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