via AFP
Alta ocorre após os Estados Unidos anunciarem que isentarão os produtos tecnológicos das novas tarifas impostas por Donald Trump.
As bolsas asiáticas subiram ligeiramente nesta segunda-feira (14) e a tendência positiva se estendeu aos mercados europeus, que abriram com fortes ganhos depois que os Estados Unidos anunciaram que isentarão os produtos tecnológicos das novas tarifas impostas pelo presidente Donald Trump.
Após uma semana de agitação nos mercados devido aos temores sobre as consequências para a economia da guerra comercial entre Estados Unidos e China, os mercados abriram nesta segunda em calmaria.
Na Ásia, a bolsa de Tóquio subiu 1,2%, Seul ganhou 0,95%, Sydney 1,34% na China, Hong Kong registrou ganhos de 2,4% e Xangai 0,8%.
A tendência positiva continuou na Europa e, nas primeiras operações, a bolsa de Paris subiu 2,14%, Frankfurt 2,10%, Milão 2,04% e Londres ganhou 1,60%. A bolsa de Madri foi a exceção e o Ibex-35 caiu 0,18%.
Mais cedo, as ações de empresas tecnologia subiam na noite de domingo (13) após o governo Trump anunciar uma pausa nas tarifas para celulares, computadores e outros eletrônicos de consumo, embora autoridades já tenham indicado que elas serão retomadas.
As ações da Apple subiam cerca de 6% na plataforma de investimento Robinhood. Os futuros do Nasdaq 100 tinham alta de cerca de 2,3% na abertura dos mercados asiáticos na manhã de segunda-feira (noite de domingo no Brasil), antes de reduzir o avanço para cerca de 1%.
Em Taiwan, a montadora de iPhones Hon Hai Precision Industry subiu até 7,1%. A fabricante de peças sul-coreana LG Innotek, que obtém a maior parte de sua receita da Apple, teve alta de até 8,9%. A fornecedora da Nvidia, Advantest, subiu 6,3% em Tóquio. Um índice de ações de tecnologia asiáticas subiu até 2,6%, impulsionando o índice de referência regional.
"Estamos em uma posição muito melhor do que na sexta-feira" e os investidores de tecnologia "agora podem respirar aliviados", escreveu o analista da Wedbush, Daniel Ives, em nota. "Mas ainda há muita incerteza, caos e confusão sobre os próximos passos, com todo o foco nas negociações tarifárias com a China sendo o ponto central."
"Acho que é um alívio 'líquido', pois a aposta é que as tarifas sobre os eletrônicos ainda serão menos que os 125% recíprocos sobre a China", disse Vishnu Varathan, chefe de economia e estratégia do Mizuho Bank. O maior beneficiário na Ásia em torno desta notícia provavelmente será a China "temporariamente, mas eu não me consolaria muito com isso, pois as armas ainda estão apontadas para a China."
As principais ações chinesas a serem observadas nesta segunda (14) incluem Luxshare Precision Industry e Lens Technology, que obtêm mais da metade de suas vendas da Apple. A fabricante de smartphones listada em Hong Kong, Xiaomi, também estará em foco.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo que não houve "exceção tarifária" na medida. Ele disse que os produtos "estão apenas sendo realocados para uma categoria tarifária diferente", além de estarem sujeitos à taxa de 20% imposta à China em fevereiro como retaliação pela entrada da droga fentanil.
Horas antes, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, havia afirmado que esses produtos eletrônicos podem ser impactados por tarifas separadas em um mês, o que deu força à impressão da véspera de que as isenções são apenas temporárias.
A lista de exceções foi publicada pela US Customs and Border Protection, a alfândega americana, na noite de sexta-feira (11). Além de smartphones, estão isentos laptops, discos rígidos, processadores de computador e chips de memória, entre outros —itens que em geral não são fabricados pelos Estados Unidos.
A medida foi encarada como um possível sinal de alívio em relação à guerra comercial contra a China, grande fabricante desses produtos. O Ministério do Comércio chinês inclusive afirmou que o anúncio constituía um "pequeno passo" e que o país estava "avaliando o impacto" da decisão.
No entanto, o presidente americano disse em sua rede social que o governo está analisando "os semicondutores e toda a cadeia de suprimentos eletrônicos". "O que foi revelado é que precisamos fabricar produtos nos Estados Unidos e que não seremos feitos de reféns por outros países —especialmente nações comerciais hostis como a China, que fará de tudo ao seu alcance para desrespeitar o povo americano."
O presidente Donald Trump e outros oficiais prometeram durante o fim de semana que as tarifas tecnológicas ainda estão por vir, no entanto.
Howard Lutnick insistiu que foi apenas uma pausa, embora as novas tarifas tecnológicas quase certamente serão menores que a taxa de 125% sobre a China. As tarifas sobre chips estão "provavelmente chegando em um mês ou dois", acrescentou Lutnick.
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