Rodrigo Almeida
Campo Grande tem a quinta maior inflação do país, a informação foi publicada na manhã desta terça-feira-11 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De janeiro a dezembro de 2021, a cidade apresentou alta de preços de 10,92%. Ficando atrás de Curitiba, Vitória, Salvador e Porto Alegre.
Segundo o comunicado, a inflação medida é a maior desde 2015 no Brasil, quando encerrou aquele ano em 10,15% e ficou bem acima da meta de 5,35%, estabelecida pelo Banco Central. Conforme a economista Adriana Mascarenhas, os grupos transportes e energia elétrica têm grande participação neste resultado.
“Basicamente tudo que consumimos são influenciados por esses dois (grupos). Se o combustível encarece, o frete aumenta de custo, o alimento, os produtos que compramos. O mesmo acontece com a energia elétrica utilizada na produção desses bens e no dia a dia”, explica.
O mês de dezembro de 2021 fechou com inflação de 0,43% na Capital bem abaixo dos 0,73% observado na medição nacional. Já em novembro, Campo Grande fechou com a maior alta ente as capitais pesquisadas, 1,47% e o país teve aumento de 0,97%.
No comparativo entre os dois últimos meses, o grupo transportes é o que teve a maior variação, quando apresentou forte alta de 3,35% em novembro contra alta de 0,58 porcento no mês seguinte.
Adriana Mascarenhas pondera que a variação mensal pode ser explicada pelo reajuste dos preços terem sido feitos anteriormente. “Se pegarmos o combustível, gás de cozinha e energia elétrica, não consigo me lembrar de aumentos para esses itens em dezembro, mas se olharmos para o ano todo, teve meses que a gasolina subiu duas vezes, foram diversos aumentos em cada um deles”.
Isso contribui para contenção da inflação nesses itens. “O principal fator no preço do combustível é que ele é definido pelo mercado internacional, e como os principais produtores reduzem a oferta do barril de petróleo é natural o preço subir. Lógico que o movimento não acontece imediatamente, demora um pouco para chegar até a bomba”, analisa.
Curiosamente, em dezembro nenhum dos grupos pesquisados pelo IBGE apresentaram retração de preços, diferente de novembro, quando o grupo saúde e cuidados pessoais retraíram 0,57% e o grupo alimentação e bebidas ficou praticamente estagnado com variação de -0,04%.
O resultado anual foi influenciado principalmente pelo grupo transportes, com alta de 21,03% relacionado ao aumento dos combustíveis que subiram 49,02% em 2021. Somente esse grupo foi responsável por 2,48% do índice em 2021.
No quesito habitação, que apresentou alta de 13,05%, as principais pressões ficaram por conta da alta na energia elétrica (21,21%), ocasionada pela implementação da tarifa amarela de janeiro abril, da tarifa vermelha de maio a agosto e da escassez hídrica acionada de setembro até dezembro.
O gás de cozinha também aumentou consideravelmente no período. Segundo a pesquisa, o botijão teve aumento de 36,99% em 2021. Alimentação e bebidas subiram menos que em 2020 7,94% contra 14,09%.
O IBGE parou as coletas presenciais em março de 2021 e voltou a fazer medições presenciais a partir de junho por conta da pandemia do coronavírus.
Para o boletim atual, foram feitas pesquisas entre 30 de novembro e 28 de dezembro de 2021 (referência) com os preços vigentes entre 29 de outubro e 29 de novembro de 2021.
Com informação do Portal Correio do Estado
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