Pelo menos duas vezes mais transmissível que a P1 e, consequentemente, mais letal, a variante Delta da Covid-19 já pode estar em circulação em Mato Grosso do Sul. Isso por conta da proximidade do Estado com o Paraná, onde foi registrada a primeira vítima fatal por esta variante na cidade de Apucarana, a 260 quilômetros da divisa com MS.
Segundo o site Midiamax, o óbito ocorreu no fim de abril, mas só foi relatado na última sexta-feira (26) e confirmado pelo Ministério da Saúde.
De acordo com Júlio Croda, médico infectologista e pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), a variante Delta – identificada na Índia e também conhecida pela sequência B.1.617 – já pode ter chegado a MS por dois motivos: pela divisa com o Paraná e, principalmente, pelos voos e pessoas que estão chegando de outros países ao Estado. Essa, na verdade, é uma realidade que pode afetar todo país.
“É possível em todo o Brasil, não só por conta da proximidade do Paraná, mas por conta dos voos, principalmente os que vêm da Europa. Foi assim que chegou o Covid que veio da Itália. A gente sabe que Portugal é um país que atualmente tem muita variante Delta. Então, muito provavelmente essa variante vai chegar no Brasil e já está chegando pela Europa”, afirma o pesquisador.
1ª morte por variante Delta
Uma gestante de 42 anos, que veio do Japão para Apucarana (PR), no norte do Paraná, foi a primeira paciente que morreu com diagnóstico da variante Delta. A informação foi confirmada pelo Ministério da Saúde.
Ela fez a coleta do RT-PCR para diagnóstico da Covid-19 antes de embarcar para o Brasil, e o resultado foi negativo para a doença. Dois dias depois de chegar ao país, no dia 7 de abril, ela começou a apresentar sintomas respiratórios, fez um novo exame e o resultado deu positivo.
No dia 15 de abril, oito dias após a confirmação do diagnóstico, a mulher foi internada. Devido ao agravamento dos sintomas, no dia 18 de abril, ela passou por uma cesariana de emergência, ela não resistiu e morreu logo depois do procedimento cirúrgico.
O recém-nascido, prematuro de 28 semanas, ficou internado até o dia 18 de junho e teve o resultado do exame negativo para a infecção da Covid-19.
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