quinta-feira, 24 de junho de 2021

Projeto gera lucro para "machos leiteiros"

 



Iniciativa consiste na engorda dos machos para abate, com lucro de até 26 vezes
Por:  -Eliza Maliszewski



Com os altos custos de produção, com os preços pagos subindo cerca de 37% enquanto os gastos com a produção evoluíram na ordem de 36%, produtores de leite estão focados em renda extra com o rebanho.


Uma dessas fontes de renda é apresentada pelo Projeto Macho Leiteiro, criado pela goiana Agrocria Nutrição Animal e Sementes, e que consiste na engorda dos machos para abate.


Normalmente, esta categoria é descartada logo após o nascimento nas fazendas leiteiras ou vendida por um valor “simbólico” de R$ 30,00, mas a empresa desenvolveu um protocolo nutricional que ajuda o produtor lucrar até 26 vezes mais com o mesmo animal.



“Quando um produtor apenas descarta o macho está perdendo muito dinheiro. Ao fazer a engorda de forma profissional, ele pode lucrar R$ 800,00 ou mais por cabeça abatida”, informa Flávio Henrique Vidal Azevedo, supervisor Técnico Comercial em Goiás. Importante ressaltar que se trata de lucro, não faturamento.


Em 2021, a cotação da arroba da vaca gorda tem orbitado os R$ 290,00 e como os animais participantes do projeto são abatidos com uma média de 12@, o faturamento chega R$ 3.480,00 por cabeça. Animais com menos de 15@ são vendidos com o valor de vaca e não de boi gordo. Já o custo de produção, dentro do protocolo, é de, aproximadamente, R$ 2.800,00 por cabeça.


Ou seja, o pecuarista tem lucro de 27% na operação, usando a mesma estrutura e mão de obra disponíveis na fazenda. Mas, segundo Flávio Henrique, os ganhos podem variar, pois alguns produtores tornaram-se também confinadores, recriando gado leiteiro magro no cocho.


“Nesta modalidade, o produtor de leite lucra de R$ 500,00 a R$ 1.000 por cabeça, dependo do valor pago na compra do animal”, estima o supervisor Técnico Comercial da Agrocria. Hoje, os produtores desembolsam entre R$ 800,00 e R$ 1.300,00 no bezerro leiteiro.


Desempenho no frigorífico


Diferentemente do que se imagina, gado leiteiro também pode apresentar bom retorno no gancho, basta fornecer a nutrição adequada. Mesmo quando se trata de um animal com 100% de sangue europeu, como é o caso das raças Holandês, Jersey e Pardo-Suíço, os resultados impressionam.


“Quando esses animais são terminados da forma convencional, a pasto, a qualidade e o rendimento de carcaça ficam muito aquém do desejado. Podem até gerar penalizações no frigorífico. Porém, com o uso de uma dieta altamente energética, revertemos a situação”, explica Flávio Henrique.


De acordo com ele, o protocolo nutricional estabelecido no Projeto Macho Leiteiro resulta em carcaças com 3mm de acabamento – se for um macho castrado – e rendimento de carcaça de até 53%. “Os melhores resultados aparecem nos bezerros de ano, que são terminados com peso de 12@”, ressalta.


Como funciona o Projeto Macho Leiteiro?


A tecnologia é bem simples, basta o produtor fechar uma baia ou curral de 15 m² considerando um espaçamento de 40 a 50 cm por cabeça no cocho e fornecer a dieta de alto grão balanceada com o suplemento Engordin na proporção de 15% produto e 85% grão.


Mas antes de fornecer a dieta total é necessário fazer uma adaptação de 15 a 21 dias. O Projeto Macho Leiteiro foi criado em 2009 por um dos fundadores da Agrocria, o médico-veterinário Ricardo Scartezini, quando foi lançada, de forma pioneira, a linha Engordin, pois a dieta de alto grão ainda não havia sido adaptada à pecuária brasileira.


Engordin é um concentrado proteico, mineral e vitamínico para preparo de ração com milho grão inteiro para bovinos de corte mantidos a pasto ou em sistema de confinamento. “Mesmo quem compra bezerros leiteiros de terceiros consegue rentabilidade acima de qualquer investimento bancário atrelado à taxa Selic nos dias de hoje”, compara o supervisor da Agrocria.


* informações assessoria de imprensa

 

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