quinta-feira, 17 de junho de 2021

Prefeitos tucanos desafiam Reinaldo e vão contra decreto

 

Administrações do PSDB em Ponta Porã e Três Lagoas, duas das cinco maiores cidades do Estado, decidiram atropelar restrições impostas pelo governador


Jones Mario

Prefeitos de duas das cinco maiores cidades de Mato Grosso do Sul, Ponta Porã e Três Lagoas, decidiram atropelar o decreto estadual que determinou restrições mais severas às atividades consideradas não essenciais. Os dois gestores têm em comum o partido, o PSDB, cuja maior liderança no Estado é justamente quem assina o ato ignorado, o governador Reinaldo Azambuja.


O prefeito tucano de Ponta Porã Hélio Peluffo anunciou que não acataria o lockdown proposto pelo governo estadual ainda na quinta-feira (10), quando o decreto foi publicado. O município foi um dos 43 rebaixados para a bandeira cinza do Prosseguir (Programa de Saúde e Segurança na Economia), de risco extremo para a covid-19. Mas, segundo a prefeitura, as medidas de biossegurança balizadas pela classificação vermelha, de alto risco, já seriam suficientemente seguras.


Já o prefeito de Três Lagoas Ângelo Guerreiro (PSDB) chegou a se curvar ao decreto de Reinaldo, mas voltou atrás na segunda-feira (14) e baixou ato municipal liberando o comércio não-essencial de baixo e médio risco. Embora tenha registrado quase mil novos casos de covid-19 nas últimas duas semanas e 31 mortes, o município atribui a lotação de 96% nas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) a pacientes de outras cidades da região Leste.


O decreto estadual da última quinta-feira (10) passou a determinar, e não mais recomendar, o cumprimento das recomendações do Prosseguir nos municípios. No caso da bandeira cinza, podem funcionar regularmente apenas as atividades essenciais. A faixa vermelha permite também a abertura de atividades não-essenciais de baixo risco.


A resistência dos prefeitos em adotar as medidas mais duras se deve à pressão de parte do comércio, setor diretamente impactado pelas restrições.


Em nota oficial publicada na segunda (14), o governo do Estado disse que o decreto partiu de um apelo da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul). O posicionamento ainda alerta aos prefeitos que atropelaram o ato para que “assumam a responsabilidade sobre as consequências”.


A reportagem tentou contato com os prefeitos citados, mas sem sucesso.


Jornal Midiamax

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