Medicamentos utilizados no tratamento de pacientes Covid-19 estão escassos no mercado
Glaucea Vaccari
Com os medicamentos do chamado kit intubação, como sedativos e anestésicos, escassos no mercado, os hospitais enfrentam dificuldades para manter os estoque dos itens, utilizados no tratamento da Covid-19.
Diante desse cenário, a Unimed Campo Grande, em parceria com a Servan Anestesiologia e médicos intensivistas, desenvolveram um projeto que tem ajudado a reduzir o consumo dos medicamentos usados em pacientes em ventilação mecânica.
Conforme a cooperativa, dois tipos de monitores, de alta especificidade e sensibilidade, são usados para monitorar e equalizar a quantidade de medicamentos, otimizando o consumo.
Os aparelhos fazem a monotorização do bloqueio neuromuscular e dão, com exatidão, a quantidade necessária de relaxante muscular para cada paciente.
Com isso, é possível reduzir as doses utilizadas, aumentando o tempo de duração da medicação no organismo do paciente.
“Com a infusão contínua de fármacos anestésicos adjuvantes, que nesse caso consiste na associação de medicamentos, os profissionais da linha de frente estão conseguindo reduzir o uso de bloqueadores neuromusculares, hipnóticos, sedativos e hipnoanalgésicos, necessários para o tratamento de pacientes em ventilação mecânica por Covid-19”, explica o médico anestesiologista Kleber Machareth de Souza.
A médica intensivista Sylvia Carolina Araujo Borges, afirma que, além da racionalização do uso das medicações, que estão com matérias primas esgotadas, também é possível "a melhor monitorização do paciente bloqueado e sedado, além da boa eficiência da droga comparada ao bloqueador neuromuscular e sua rápida reversão caso não seja mais necessário usá-la".
Tudo isso é importante para a continuidade do tratamento de pacientes com pneumonia grave, intubados e ventilados mecanicamente com parâmetros ventilatórios muito altos”, pontuou.
Conforme o hospital, desde a implantação do projeto, houve redução de cerca de 75% no uso de bloqueadores neuromusculares. e de 50%, em média, dos demais medicamentos, hipnóticos, sedativos e hipnoanalgésicos.
A parceria funciona com a Servan fornecendo o conhecimento técnico, atráves dos anestesiologistas Kleber e Eduardo Kawano, enquanto a Unimed forneceu os equipamentos e demais materiais necessários para desenvolver a técnica inovadora.
Medicamentos
As dificuldades em adquirir os insumos são por conta da alta procura de todo o País para compra, que também causou aumento nos valores.
Um levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) divulgado na última sexta-feira (9) apontou que, das 567 prefeituras que responderam aos questionamentos, quase 52% afirmaram que há risco iminente de ficar sem esses medicamentos, considerados essenciais para o tratamento.
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