Pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) mostra o avanço do preço do leite em abril. Na média do país a alta foi de 2,3%, chegando a R$ 1,9837/litro. No primeiro trimestre houve queda de 10,7%.
O valor pago é um recorde para o mês de abril e supera em 28,4% o registrado no mesmo período de 2020. A elevação é motivada pela oferta restrita de leite no campo. A captação caiu 3,7% de fevereiro para março. A queda é normal para o período que tem redução das chuvas e menos pastagens, impactando na alimentação do gado e na produção de leite no Sudeste e Centro-Oeste.
A entressafra desequilibra oferta e demanda e, portanto, traz elevação de preços entre março e agosto. Contudo, neste ano, essa situação tem sido agravada por conta da valorização considerável e contínua dos grãos, principais componentes dos custos de produção da pecuária leiteira. Pesquisas do Cepea mostram perda substancial na margem do produtor nos últimos meses, o que tem freado investimentos na atividade, prejudicado o manejo alimentar dos animais e estimulado o abate de vacas.
Com a oferta de leite limitada, a competição das indústrias pela compra de matéria-prima se acirrou em março, levando, por conseguinte, à retomada dos preços pagos ao produtor em abril. As negociações do leite spot se elevaram nas duas quinzenas de março, e a média mensal superou em 10,4% a de fevereiro/21.
Segundo os pesquisadores o setor lácteo atravessa um momento delicado: de um lado, os custos de produção elevam o preço do leite no campo e as indústrias precisam manter preços atrativos aos seus fornecedores; de outro, a grande pressão dos canais de distribuição dificulta o repasse da valorização da matéria-prima ao consumidor, que, por sua vez, está com menor poder de compra, diante do atual contexto econômico.
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