sexta-feira, 24 de julho de 2020

Shoppings fechados podem desacelerar retomada econômica

Recomendação estadual aponta que academias, salões de beleza, feiras e parques deveriam ficar fechados
Súzan Benites


O comitê do Programa de Saúde e Segurança da Economia (Prosseguir) em Mato Grosso do Sul definiu atividades econômicas e serviços como não recomendados pelos próximos dias.

Entre as recomendações, publicadas no Diário Oficial do Estado desta quinta-feira (23), está o fechamento de shoppings, parques e feiras livres.

Para os representantes dos shoppings, a medida impactaria negativamente a recuperação econômica do setor.

As recomendações do governo do Estado visam diminuir a curva de contágio do novo coronavírus (Covid-19) decorrente do aumento do número de casos (leia mais na página 7).

A prefeitura de Campo Grande reduziu o horário de funcionamento do comércio e estabeleceu o fechamento aos fins de semana, entre 18 e 31 de julho.

De acordo com o presidente da Associação dos Lojistas dos Shoppings Campo Grande e Norte Sul, Kermson Martins, o setor já sofreu um novo impacto negativo com o fechamento de lojas aos fins de semana.

“Começamos a sinalizar uma retomada. Um fechamento total agora quebraria boa parte dos comerciantes e, consequentemente, aumentaria o desemprego.

Estamos seguindo rigorosamente todos os protocolos exigidos, além da fiscalização externa e da própria administração do shopping para com os lojistas.

O fechamento aos fins de semana já impactou negativamente a recuperação”, explicou o representante dos lojistas.

Shoppings
Os shoppings informaram que seguem todas as recomendações de saúde e trabalham conforme orientações do poder público, mas que uma nova medida restritiva impactaria negativamente as receitas, a retomada econômica e a geração de emprego.

O Norte Sul Plaza informou que segue o protocolo de reabertura elaborado pela Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce), validado pelo Hospital Sírio-Libanês.

“A manutenção da atividade do comércio em geral, seguindo essas recomendações, é fundamental para a economia do município. Acreditamos que, com a colaboração de todos os setores e a conscientização da população, conseguiremos retornar em breve à normalidade em todos os segmentos, resgatando a estabilidade econômica e gerando novos negócios para a cidade”, informou por meio de nota.

O Bosque dos Ipês acredita que a colaboração de todos os setores é fundamental para a economia de Campo Grande.

“Seguindo o decreto da prefeitura municipal, reduzimos o horário de atendimento das 11h às 19h, de segunda a sexta-feira, sem abrir aos sábados e domingos e ainda demos a opção aos clientes para que façam suas compras utilizando o Bosque Express, o nosso sistema de delivery. Entendemos que, com os devidos cuidados, a manutenção da atividade do comércio em geral é de extrema importância para a economia do município. Estamos certos de que com a colaboração de todos os setores e conscientização da população em breve retornaremos à normalidade em todos os segmentos”.

Segundo o departamento de Comunicação e Marketing do Shopping Pátio Central, o local segue as recomendações – fecha às 17h e não está abrindo aos sábados.

O fechamento total das atividades, no período de março a abril, ainda reflete no faturamento dos lojistas.

“Um possível fechamento total do espaço neste momento impactaria negativamente, ainda mais agora, que estamos recuperando de forma gradativa as perdas do primeiro fechamento. Contudo, o Pátio Central Shopping caminha ao lado do poder público, sempre respeitando e cumprindo os decretos, ou seja, medidas de biossegurança para se manter aberto e até mesmo fecharmos, se assim for decretado”, detalhou.

O Shopping Campo Grande informou em nota que adotou protocolo rigoroso de higienização. Na entrada, é aferida a temperatura, o uso de máscaras é obrigatório, há disponibilização de álcool em gel e a capacidade de público é limitada a 30%. “Para garantir mais segurança e conforto, o cliente pode utilizar o serviço de drive-thru e delivery das lojas”.

Estratégia
A economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio (IPF-MS), Daniela Dias, explica que é preciso observar tanto a saúde quanto o lado da economia.

“Acreditamos que tem de prevalecer o consumo consciente. Podemos ter medidas mais severas em função do comportamento da população e da evolução da doença. Então, eu acredito, enquanto economista e acompanhando as tendências, que o comércio virtual, utilizando redes sociais, e-commerce e o próprio telefone, é a principal estratégia para amenizar esses impactos. A gente já viu que surtiu efeito para mais de 40% dos empresários do Estado, é algo que deve permanecer no pós-pandemia”, afirmou.

O representante dos lojistas dos shoppings informou ao Correio do Estado que deve se reunir com o governo para traçar uma estratégia eficiente para todos.

Monitoramento

O objetivo do Prosseguir é manter as atividades socioeconômicas sem riscos à saúde e até mesmo orientar a adoção de lockdown.

O grupo de trabalho foi criado no mês passado para monitorar a situação da pandemia da Covid-19.

Com informação do portal Correio do Estado

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