quinta-feira, 9 de julho de 2020

Ocupação dos leitos de UTI se aproxima do limite em Campo Grande


                                         No hospital da Cassems, índice de ocupação é de 73% - Álvaro Rezende/Correio do Estado

Daiany Albuquerque
Nível de ocupação nos principais hospitais de Campo Grande, públicos e particulares, é alto; alguns, como Hospital Universitário e Proncor, já estão lotados
Com o avanço da Covid-19 e o aumento das internações pela doença, a taxa global de internação nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) em Campo Grande saltou de 72% na terça-feira (7) para 77% ontem, de acordo com o prefeito Marcos Trad (PSD). A Capital, porém, já tem hospitais onde não há vagas nesses leitos para pacientes em estado crítico.

Levantamento feito pelo Correio do Estado em todos os hospitais da cidade com UTIs para tratamento de casos de Covid-19 mostrou que, até o início da noite de ontem, a ocupação dos leitos, em sua maioria, era de pacientes com outras enfermidades, mas que usavam as vagas que seriam destinadas para infectados pelo coronavírus.

“Ainda há uma disponibilidade de 23% dos leitos não ocupados, mas isso não é um número a ser comemorado. É um sinal de alerta”, declarou o prefeito.

No Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, o único da cidade a receber pacientes com Covid-19 pelo Sistema Único de Saúde (SUS), dos 83 leitos críticos, UTIs e semi-intensivos, apenas cinco estavam disponíveis, conforme balanço divulgado pela unidade médica, ou seja, uma ocupação de 94%. Um pouco menor que a de terça-feira, quando o hospital chegou a ter apenas dois leitos disponíveis no setor.

De acordo com o Regional, até ontem, 257 pacientes que passaram pelo hospital tiveram exame positivo para a Covid-19. Destes, 87 ainda estão internados no centro médico (46 em leitos de UTIs, 40 na enfermaria e um recuperado que não recebeu alta).

No hospital ainda houve 122 altas, 19 óbitos e 61 casos ainda suspeitos. A unidade, porém, não informou em que setor esses casos ainda sem confirmação estão alocados.

SANTA CASA

Na Santa Casa de Campo Grande, maior hospital de Mato Grosso do Sul e que está na retaguarda para receber pacientes quando o Regional (e seu hospital de campanha) atingirem a lotação máxima, a taxa de ocupação era de 80% nos leitos clínicos e de 85% nas UTIs na tarde de ontem. Também na quarta-feira, ainda não havia recebido pacientes do Regional nem tampouco casos confirmados ou suspeitos de Covid-19.

Já no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, o terceiro destino dos pacientes com Covid-19 na fila dos hospitais públicos, o setor de UTIs para doenças infecciosas estava ontem com 100% de sua capacidade ocupada. De acordo com a assessoria de imprensa da unidade, caso algum paciente com o novo coronavírus necessitasse de vaga, o centro médico poderia remanejar um paciente “menos grave para a clínica médica, para liberar leito para algum paciente mais grave”.

No restante do hospital, a capacidade também está próxima do limite. “Informamos que possuímos 210 leitos contratualizados. Nossa taxa de ocupação de leitos destinados a pacientes clínicos é de 64% nesse momento. Nosso CTI adulto está com ocupação total nesse momento”.


REDE PARTICULAR

Em relação à rede particular, a maior ocupação se encontra no Hospital Proncor, onde a UTI adulta está com 100% de ocupação. Segundo a unidade, o centro médico todo está “cheio de pacientes” e eles tentam remanejamentos. A estimativa é a de que, hoje, possa haver mais vagas no setor, mas o hospital não sabe dizer quantas serão.

Até o momento, todas as vagas são ocupadas por pacientes particulares ou provenientes de planos de saúde, mas a unidade tem pactuados com a prefeitura 20 leitos de UTIs. Entretanto, até o momento não houve necessidade dessa quantidade ser usada por enfermos do Sistema Único de Saúde (SUS).

O mesmo acontece com o Hospital El Kadri, que afirma ainda não ter assinado o contrato para a disponibilização de 7 leitos de UTI para o SUS. Segundo o hospital, a ocupação das UTIs adulto hoje chega a 80%: das 20 vagas disponíveis, oito eram ocupadas por pacientes com Covid-19, todos provenientes de planos de saúde e particulares.

Conforme o diretor administrativo do hospital, Rudiney Leal, a unidade tem hoje 135 leitos ao todo, contanto os clínicos e os de UTI, e há disponibilidade para criação de mais 40 leitos, todos no setor clínico. Ontem, 65 pacientes estavam internados no local, 30% eram de pacientes com o novo coronavírus.

Dos hospitais com leitos de UTI contratualizados com o município, o único que não respondeu a reportagem até o fechamento desta edição foi a Clínica Campo Grande, que, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), vai disponibilizar 10 vagas de terapia intensiva ao município.

CONVÊNIOS

Em relação ao Hospital da Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul (Cassems) e ao Hospital Miguel Couto, da Unimed, ambos estão com ocupação de 73% na UTI adulto.

Na Cassems, 5 pacientes suspeitos, 20 confirmados e 5 negativos (em precaução internados no hospital). Destes, na UTI havia um suspeito, oito confirmados e três em precaução. Já na Unimed, 13 casos confirmados estão ocupando vagas de UTI e um caso suspeito está no mesmo setor. Já em leitos clínicos, são 15 confirmados e 5 suspeitos.

Para ajudar a evitar um colapso nos leitos de internação, a prefeitura e o governo do Estado devem abrir hoje mais 20 leitos de UTI no Hospital do Câncer Alfredo Abrão. O local deverá funcionar como hospital de retaguarda, recebendo os casos de pacientes que não têm Covid-19.

Veja a ocupação das UTIs nos hospitais
Hospital Regional 94%
Santa Casa 85%
Hospital Universitário 100%
El Kadri 80%
Cassems 73%
Unimed 73%
Proncor 100%
*A Clínica Campo Grande não enviou as informações até o fechamento

Com informação do Portal Correio do Estado

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