Polícia identificou quadrilha que agia de dentro dos presídios, com apoio de motoristas de aplicativo, para golpes pela OLX
Glaucea VaccariPoliciais da Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado (Deco) desarticularam, nesta segunda-feira (15), organização criminosa, formada por detentos do sistema penitenciário de Mato Grosso do Sul, que aplicaram, pelo menos, 358 golpes através do site de compras OLX, em Campo Grande.
A quadrilha tinha uma estrutura engenhosa, que envolvia presos no Centro de Triagem de Campo Grande e estrutura de apoio, que contava com motoristas de aplicativo, cientes que estavam associados a detentos e que os produtos que ajudam a transportar eram obtidos em ações criminosas.
Conforme a delegada titular da Deco, Ana Cláudia Medina, a organização criminosa agia há aproximadamente um ano na Capital, com pelo menos 358 boletins de ocorrência registrados por vítimas de golpes sofridos após oferta e negociação de diversos produtos no site da OLX.
Investigações foram feitas e polícia identificou os criminosos que encabeçam a ação criminosa. Um dos detentos usou um telefone celular pra se cadastrar no site de compra e venda utilizando dados falsos, e passou a interagir com as vítimas, negociando produtos. Ele afirmava que era um pecuarista e que estava fora da cidade, tendo que fazer o pagamento dos itens por meio de transferências bancárias.
O criminoso enviava comprovante falsificado para as vítimas, para simular o pagamento, e afirmava que mandaria um funcionário até o local indicado pelas vítimas para pegar o produto. O suposto funcionário eram, na verdade, os motoristas de aplicativo, que retiravam os produtos e encaminhavam para endereços indicados pelo golpista.
Através dos golpes, os presos adquiriram criminalmente produtos dos mais variados tipos, desde pizzas, cestas café da manhã, buque de flores, maquiagens, instrumentos musicais, celulares, notebooks, roçadeiras, motosseras, até veículos como minimotocross e motocicletas.
Esses produtos eram novamente negociados com receptadores, girando, desta forma, o comércio clandestino de bens entre os próprios presos, que destinavam os itens a familiares, amigos e comparsas, com apoio dos motoristas para o transporte.
Além do “cabeça” da quadrilha, que foi indiciado por estelionato, foram identificados outros seis detentos como receptadores e dois motoristas. Aparelhos celulares usados nos crimes foram apreendidos. Eles prestaram depoimento e foram novamente encaminhados ao sistema penitenciário, cm remoção para outro estabelecimento pena diferente do qual estavam antes.
Vários objetos descritos em boletins de ocorrência foram apreendidos pela Deco e restituídos às vítimas. Outros diversos itens não constam em registros policiais, o que indica que houve mais golpes. Estes produtos permanecem na delegacia aguardando manifestação de eventuais vítimas, com documentação comprobatória. Quem tiver sido vítima desse tipo de golpe, deve entrar em contato com a delegacia para as devidas orientações, através do telefone (67) 3323-6900
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