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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse ontem (8) que a situação econômica do Brasil pede a manutenção dos juros em um patamar baixo. “Nós achamos que a conjuntura econômica prescreve uma política monetária estimulativa. Ou seja, um juros a baixa taxa estrutural. A evolução do cenário básico e balanço de riscos prescreve um ajuste no estímulo monetário”, ressaltou ao participar do 2º Macro Day, evento promovido pelo Banco BTG Pactual.
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária do Banco Central reduziu a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, deixando a Selic em 6% ao ano.
Novos cortes nos juros vão depender, segundo Campos Neto, da evolução do cenário econômico e dos riscos de crescimento da inflação. “Os próximos da política monetária continuarão dependendo da atividade, do balanço de riscos e das expectativas de inflação”.
O presidente diz acreditar na "consolidação de cenário benigno da inflação permitindo ajuste adicional em grau de estímulo”.
Crescimento
Campos Neto atribuiu o baixo ritmo de crescimento a uma retração mundial nos investimentos, influenciada pela desconfiança no desempenho das economias. “Tem um componente global acontecendo nesse sentido que é a queda de investimento. Parte disso está ligado a questão comercial, parte a perspectiva de crescimento. É um investimento que vem de uma forma geral pelo canal credibilidade”.
O presidente do BC destacou que a frustração nas expectativas de crescimento econômico aconteceram em grande parte pelos países emergentes que, assim como o Brasil, reduziram as perspectivas de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) - soma de todos os bens e serviços produzidos no país. “O que o Brasil revisou para baixo de crescimento foi o mesmo que o Chile, a Colômbia e o Peru. Na média, está todo mundo entre 0,7% e 0,8%”.
Como fator positivo, Campos Neto, apontou para o fato de que a maior parte dos países estão com taxas básicas de juros estimulando a circulação dos recursos. “Países que fizeram mais ou menos o dever de casa estão com os juros baixos não tem um apelo inflacionário grande. Nisso, os mercados emergentes são favorecidos pelo fluxo”.
Porém, mesmo com as condições favoráveis, o presidente do BC acredita que há uma seletividade maior na aplicação desse dinheiro por parte dos investidores.
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