A Comissão de Constituição e Justiça do Senado adiou para terça-feira (10) a votação do relatório de cassação de Delcídio do Amaral (ex-PT-MS). A medida viabilizou que o senador apresente sua defesa na segunda-feira (9), a partir das 16h.
O adiamento foi divulgado na manhã de hoje (5). O relator Ricardo Ferraço (PSDB-ES) deu parecer a favor da perda de mandato do político eleito por Mato Grosso do Sul. A leitura foi feita ontem (4).
Ferraço destacou que o senador teve quatro oportunidades para se defender, mas faltou em todas. "Tentava, indisfarçadamente, protelar o rito do processo, para retardar a inevitável decisão que reconheceu ter havido quebra de decoro parlamentar de sua parte", afirmou o parlamentar, por meio da Agência Senado.
José Maranhão (PMDB-PB), presidente da comissão que analisa o pedido, havia marcado reunião extraordinária para hoje com o intuito de votar o relatório final. A defesa de Delcídio foi notificada, mas pelo prazo haveria pouco tempo para estruturar os argumentos.
"A cassação de um mandato parlamentar é um ato da maior gravidade e devemos exaurir todo o princípio da ampla defesa", disse Maranhão, via Agência Senado. Com essa linha, foi dado mais prazo para Delcídio do Amaral formar os argumentos para tentar salvá-lo da cassação.
Se aprovado pela comissão, o processo segue para plenário. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). sinalizou que dará celeridade à votação.
O delator de esquema envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é acusado de quebra de decoro parlamentar ao ter oferecido ajuda para que Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, fugisse do Brasil. Foi uma tentativa de obstruir as investigações da Operação Lava Jato.
MANDATO DESMORONANDO
O senador, natural de Corumbá, foi preso pela Polícia Federal em 25 de novembro de 2015 por conta dessa tentativa de atrapalhar o andamento da investigação. O filho de Cerveró, Bernardo, gravou a negociata e fez a denúncia.
O PPS e a Rede apresentaram em dezembro do ano passado a representação no Conselho de Ética do Senado o pedido de cassação.
Delcídio permaneceu preso até 19 de fevereiro e ainda não reassumiu sua cadeira. Primeiro ele apresentou pedido de licença médica, também entrou com pedido para se ausentar para tratar de interesses particulares e ontem (4) requisitou licença por mais 100 dias (pouco mais de três meses.)
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