Reuters
A gigante de bebidas Ambev teve lucro líquido de 2,89 bilhões de reais de janeiro a março, queda de 2,3 por cento sobre o mesmo período do ano anterior, diante de maior despesa financeira e com o desempenho negativo no Brasil pesando apesar de resultados sólidos no exterior.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado ficou em 5,26 bilhões de reais, avanço anual de 3,8 por cento, informou a empresa nesta quarta-feira.
A receita líquida avançou 7,4 por cento, a 11,57 bilhões de reais, enquanto o volume vendido consolidado caiu 7,5 por cento.
A empresa teve um início de ano fraco no Brasil, com queda de 8,5 por cento no volume vendido no país e com baixa de 10 por cento no volume de cerveja. Além do cenário recessivo da economia, a empresa disse que foi impactada pela base difícil de comparação com o Carnaval mais cedo e aumentos de preço para mitigar impostos, o que também levou a perda na participação de mercado.
"Nossos resultados do primeiro trimestre confirmaram que 2016 será um ano desafiador", disse a empresa, acrescentando porém, que o desempenho do primeiro trimestre havia sido antecipado.
"Esperamos que nossa performance de receita líquida e Ebitda acelere nos próximos trimestres, principalmente no Brasil". A Ambev afirmou que, apesar de o cenário econômico continuar adverso no país, a base de comparação difícil do primeiro trimestre já passou "e os volumes de abril refletem isso, com uma tendência significativamente melhor do que os meses anteriores", disse, reiterando projeções para o país no ano.
A receita líquida no Brasil caiu 4 por cento, a 6,26 bilhões de reais. No exterior, houve crescimento da receita de 1,8 por cento na América Latina Norte, alta de 62,3 por cento na América Central e Caribe, aumento de 13,1 por cento na América Latina Sul e incremento de 32,3 por cento no Canadá.
O lucro líquido da Ambev foi impactado ainda por resultado financeiro negativo em 1,17 bilhão de reais, ante despesa de 481,7 milhões um ano antes.
O custo dos produtos vendidos subiu 9,6 por cento, enquanto as despesas com vendas, gerais e administrativas avançaram 11,7 por cento sobre o primeiro trimestre do ano passado.
(Por Priscila Jordão)
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