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A investigação realizada pela Justiça dos Estados Unidos e pelo Ministério Público da Suíça descobriu que o ex-presidente da CBF José Maria Marin recebeu R$ 2 milhões anuais em propinas de parceiros comerciais para ceder direitos da Copa do Brasil.
A informação é do jornal "O Estado de S. Paulo". Além disso, a própria CBF também foi implicada no esquema de propinas no valor de US$ 20 milhões para contratos comerciais para a Copa América de 2019, que será realizada no Brasil.
Marin foi preso na manhã desta quarta-feira em Zurique, na Suíça, ao lado de outros seis dirigentes do alto escalão do futebol mundial. Os cartolas deverão ser extraditados para os Estados Unidos e podem pegar até 20 anos de cadeia.
As propinas, de acordo com a investigação, teriam começado ainda na década de 1990. Durante 19 anos, um "alto funcionário da Fifa e da CBF" pediu a transferência de valores ligados ao contrato de venda dos direitos da Copa do Brasil. De acordo com a reportagem do Estadão, Marin aumentou o valor da propina quando assumiu a presidência da CBF, em 2012.
De acordo com a reportagem, Marin aceitou ainda dividir o valor com dois dirigentes brasileiros. Os nomes, porém, não foram mencionados pela investigação. Os pagamentos foram feitos por meio de contas do banco Itaú, em Nova York, e do HSBC, em Londres.
Em Zurique, Marco Polo Del Nero, atual presidente da entidade, saiu em defesa do dirigente. "São contratos assinados antes da administração de Marin. Não há nenhum contrato assinado depois", afirmou Del Nero.
O contrato com a Nike também está sob investigação. A empresa norte-americana desembolsou US$ 27 milhões (R$ 126,8 milhões na cotação atual). O valor foi depositado em uma cona na Suíça e ajudou a fechar um contrato com a CBF, de patrocínio.
A CBF divulgou uma nota no fim da manhã desta quarta-feira. A entidade afirmou que apoia as investigações e defendeu a nova gestão. "Diante dos graves acontecimentos ocorridos nesta manhã em Zurique, envolvendo dirigentes e empresários ligados ao futebol, a CBF vem a público declarar que apoia integralmente toda e qualquer investigação", disse a entidade.
No texto, a CBF afirma que "aguardará, de forma responsável, sua conclusão, sem qualquer julgamento que previamente condene ou inocente". Além disso, ressalta que a "nova gestão da CBF, iniciada no dia 16 de abril de 2015, reafirma seu compromisso com a verdade e a transparência".
José Maria Marin, no entanto, ainda faz parte da gestão atual, comandada por Del Nero. O dirigente é vice-presidente da entidade máxima do futebol brasileiro.
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