Professora Cinira de Brito-Reprodução
A professora Cinira de Brito, de 44 anos, foi assassinada a facadas na tarde desta quinta-feira (31/07) dentro de sua própria residência, no bairro Centro Velho, em Ribas do Rio Pardo (MS) — a 98 km de Campo Grande.
O crime que ocorreu após o agressor postar uma carta em grupo de WhatsApp da cidade, é oficialmente registrado como o 20º feminicídio em Mato Grosso do Sul em 2025.
O autor do crime, identificado como Anderson Aparecido de Olanda, de 41 anos, principal suspeito e ex-marido da vítima, publicou uma “carta aberta” poucos instantes antes do ataque.
Em mensagens enviadas a grupos de moradores, ele fez acusações de infidelidade e declarou diversas vezes que planejava cometer o crime. Mesmo com o aviso, o alerta não impediu o feminicídio.
Segundo o secretário municipal de Educação, Renato Collis, Cinira não era professora efetiva na rede municipal. Ela atuava como substituta, sendo chamada conforme a necessidade em diferentes escolas da cidade. Atualmente, trabalhava na Escola Estadual Doutor João Ponce de Arruda.
Cinira foi atingida por cinco facadas — duas nas pernas e três no abdômen. Em seguida, Anderson tentou suicídio ao ingerir veneno e ferir-se com facadas. Foi socorrido pelo Samu e transferido em vaga zero para Campo Grande, porém não resistiu e faleceu durante o trajeto.
Detalhes da investigação
Equipes da Polícia Militar estiveram no local imediatamente após o chamado, e a Polícia Civil de Ribas do Rio Pardo assume as investigações. A linha de apuração indica crime motivado por ciúmes e conflito conjugal. Familiares encontraram os corpos e confirmaram que o casal havia se separado recentemente.
Com a morte de Cinira, Mato Grosso do Sul registra 20 feminicídios em 2025, em um momento em que se prepara para o Agosto Lilás, mês de enfrentamento à violência contra a mulher. O caso anterior envolveu a morte de Juliete Vieira, em Naviraí, assassinada pelo próprio irmão.
Lista completa de vítimas em 2025:
Karina Corim (Caarapó) – 4 fev
Vanessa Ricarte (Campo Grande) – 12 fev
Juliana Domingues (Dourados) – 18 fev
Mirielle dos Santos (Água Clara) – 22 fev
Emiliana Mendes (Juti) – 24 fev
Gisele Cristina Oliskowiski (Campo Grande) – 1º mar
Alessandra da Silva Arruda (Nioaque) – 29 mar
Ivone Barbosa (Sidrolândia) – 17 abr
Thácia Paula (Cassilândia) – 11 mai
Simone da Silva (Itaquiraí) – 14 mai
Olizandra Vera Cano (Coronel Sapucaí) – 23 mai
Graciane de Sousa Silva (Angélica) – 25 mai
Vanessa Eugênio Medeiros (Campo Grande) – 28 mai
Sophie Eugenia Borges (Campo Grande) – 28 mai
Eliana Guanes (Corumbá) – 6 jun
Doralice da Silva (Maracaju) – 20 jun
Rose (Costa Rica) – 27 jun
Michely Rios Midon Orue (Glória de Dourados) – 3 jul
Juliete Vieira (Naviraí) – 25 jul
Cinira de Brito (Ribas do Rio Pardo) – 31 jul
Onde buscar ajuda em MS
Em Campo Grande:
Casa da Mulher Brasileira (Rua Brasília, s/n, Jardim Imá) funciona 24h, incluindo fim de semana, com:
Delegacia Especializada da Mulher (DEAM)
Atendimento jurídico da Defensoria Pública
Ministério Público, Vara de Medidas Protetivas
Apoio social, psicológico, alojamento de passagem e brinquedoteca
Patrulha Maria da Penha integrada e Guarda Municipal
Disque 153 para orientação imediata.
No interior do estado:
Salas Lilás foram instaladas em delegacias de municípios como Ribas do Rio Pardo, Sidrolândia, Nova Alvorada do Sul, Maracaju e outras em processo de implantação, oferecendo atendimento acolhedor para exame de corpo de delito e situação de vulnerabilidade.
A Polícia Civil pede que quem possuir vídeos, áudios ou informações sobre o suspeito ou a dinâmica dos acontecimentos entre em contato. O caso está em andamento e é tratado como feminicídio.

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