quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Brasil mira no México mercado alternativo para mármore, móveis e máquinas agrícolas

 

                                            /Folhapress


O governo brasileiro identificou o México como possível mercado alternativo para móveis, mármore, máquinas agrícolas e equipamentos médico-odontológicos em meio ao tarifaço do governo de Donald Trump.


O México importou US$ 4,8 bilhões em encomendas desses quatro tipos de produtos no ano passado, com o Brasil respondendo por apenas 3% das vendas. Por outro lado, exportadores brasileiros venderam US$ 455 milhões em mercadorias do mesmo tipo aos EUA, onde elas agora enfrentam as tarifas de 50%.


A capacidade brasileira de exportar e a disposição do México de comprar seriam sinais de que empresas brasileiras podem encontrar no país latino-americano um mercado disposto a receber esses produtos caso percam espaço nos EUA.


Os dados foram destacados pela Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), em comunicado à imprensa por ocasião da viagem do vice-presidente Geraldo Alckmin ao México.


A agência diz ter identificado 72 países como destinos alternativos dos produtos hoje exportados aos EUA. O México estaria entre os dez países com maiores valores importados no conjunto de setores brasileiros afetados pelo tarifaço de Donald Trump.


A balança comercial total entre Brasil e México é de US$ 13,6 bilhões, e o país é o segundo principal destino das exportações brasileiras na América Latina –veículos, soja, carne de ave e motores de pistão à frente.


Como a Folha relatou, o objetivo da comitiva de Alckmin é abrir mercado para produtos brasileiros e ampliar a relação bilateral de comércio com o México.


Em 2023, país foi o maior investidor latino-americano direto no Brasil, com US$ 15,5 bilhões em estoque. Claro, Oxxo, Bimbo e Femsa (engarrafadora da Coca-Cola) são algumas das principais empresas mexicanas em solo nacional.


O Brasil, por sua vez, tem US$ 1,9 bilhões investidos no México pela Braskem, Weg e Eurofarma, entre outras firmas.


Segundo a Apex, 250 empresários dos dois países se reunirão para o fórum empresarial na Cidade do México nesta quarta-feira, com discussões sobre segurança alimentar, inflação e outras mesas dedicadas a setores econômicos específicos.


A comitiva também visitará um centro de abastecimento de alimentos, um polo industrial e uma instalação de pesquisa sobre biotecnologia. O vice-presidente Geraldo Alckmin e a ministra Simone Tebet serão recebidos pela presidente Claudia Sheinbaum.


Assim como o Brasil, o México é alvo das tarifas impostas pelo presidente americano Donald Trump. Hoje os importadores americanos pagam 25% a mais sobre carros e 50% sobre aço, alumínio e cobre importados do país. Uma tarifa geral de 30% está suspensa pelos próximos dois meses.


Marcos Hermanson

Folha de São Paulo

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