domingo, 24 de dezembro de 2023

Vacina contra dengue: saiba quem pode tomar e quando começa

 


O SUS (Sistema Único de Saúde) terá, a partir de fevereiro, a oferta da Qdenga, vacina contra a dengue. O anúncio da incorporação ao PNI (Programa Nacional de Imunizações) foi feito pelo Ministério da Saúde na última quinta-feira, dia 21 de dezembro.


Apesar de já haver uma vacina contra a dengue aprovada para uso no país, a Qdenga será a primeira oferecida no sistema público.


Abaixo, veja as respostas para as principais dúvidas sobre a chegada do novo imunizante.



O que é a Qdenga e como ela age?


A Qdenga (TAK-003) é um imunizante contra a dengue desenvolvido pelo laboratório japonês Takeda Pharma. O registro do imunizante foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março deste ano.


A vacina contém vírus vivos atenuados da dengue. Por isso, ela induz respostas imunológicas contra os quatro sorotipos do vírus da dengue.


Quem pode se vacinar com a Qdenga?


De acordo com a Anvisa, a Qdenga é indicada para pessoas de 4 a 60 anos. Não foram feitos estudos para avaliar a eficácia da vacina em pessoas com mais de 60 anos.


Além disso, podem se vacinar com a Qdenga tanto quem já teve dengue, quanto quem nunca foi infectado. Essa é a primeira vacina liberada no país para pessoas que nunca entraram em contato com o vírus da dengue.


Mas não podem ser imunizados com a vacina quem tem alergia a algum dos componentes, quem tem o sistema imunológico comprometido ou alguma condição imunossupressora, ou gestantes e lactantes.



A Qdenga vai ser aplicada de graça?


Desde a aprovação pela Anvisa em março, clínicas particulares passaram a disponibilizar a vacina Qdenga para seus consumidores.


Agora, o imunizante do laboratório Takeda Pharma passa a integrar também o Programa Nacional de Imunizações (PNI), que reúne as vacinas aplicadas gratuitamente pelo SUS.


Quando a Qdenga começa a ser aplicada?


A vacinação com a Qdenga está prevista para começar em fevereiro, mas não será em larga escala. Segundo o Ministério da Saúde, o SUS oferecerá 6,2 milhões de doses ao longo de 2024.


Como o imunizante é aplicado em um esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações, cerca 3,1 milhões de pessoas poderão ser imunizadas no próximo ano.


Essas doses serão destinadas a "público e regiões prioritárias", segundo a pasta, mas não deu outros detalhes.



As aplicações serão distribuídas ao longo do ano, de acordo com o calendário de entrega das doses pela fabricante, que deve ser a seguinte: 460 mil doses em fevereiro, 470 mil em março, 1.650 milhão em maio e agosto, 431 mil em setembro, e 421 mil em novembro.


A Qdenga tem efeitos colaterais?


Os estudos clínicos mostraram que pode haver reações, geralmente, dentro de dois dias após a injeção. As reações registradas foram de gravidade leve a moderada e duraram 1 a 3 dias.


Atenção: essas reações NÃO tornam o imunizante contraindicado se aplicado no público correto.


Foram relatadas com maior frequência:


dor no local da injeção (50%);


dor de cabeça (35%);


dor muscular (31%);


vermelhidão no local de injeção (27%);



mal-estar (24%);


fraqueza (20%); e


febre (11%).


As reações são menos frequentes após a segunda dose da Qdenga.


Quais as principais diferenças entre a Qdenga e a Dengvaxia?


A Dengvaxia foi a primeira — e, até este ano, única — vacina contra a dengue aprovada pela Anvisa a ficar disponível no Brasil.


Ela é fabricada pelo laboratório francês Sanofi Pasteur e é vendida na rede privada na maior parte do Brasil. Esse imunizante não está disponível no Programa Nacional de Imunizações, o PNI.


Se comparadas, a Dengvaxia e a Qdenga possuem três principais diferenças:


Público-alvo: a Dengvaxia é recomendada somente para quem já foi infectado com o vírus da dengue. Já a Qdenga pode ser aplicada em quem nunca teve a doença.


Faixa etária: a Qdenga é recomendada para pessoas dos 4 aos 60 anos, enquanto a vacina francesa é indicada para pessoas dos 9 aos 45 anos.


Número de doses: a vacina francesa é aplicada em três doses, distribuídas em intervalos de seis meses, enquanto a japonesa é composta por duas doses, aplicadas com intervalos de três meses.


Já quanto ao modo de agir e aos possíveis efeitos após a aplicação, as vacinas são muito semelhantes.




G1

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