sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Brasil está na penúltima posição no ranking internacional de eficiência energética

 




Pesquisa aponta alta no uso de motores elétricos eficientes para maior economia


Os motores elétricos estão nas casas – no liquidificador, na batedeira, no secador de cabelo, na geladeira –, bem como nas empresas e nas indústrias, nos elevadores, escadas rolantes e nas aplicações em fresas, tornos e esteiras, por exemplo. Sua utilização é tão grande que o relatório recente de pesquisa da Market Research Future, “Electric Motors Market for Household Appliances”, comprova que haverá um crescimento de 5,87% entre os anos 2022 e 2030, isso só para o uso doméstico, sem contabilizar os parques fabris.



Segundo a pesquisa, a alta se dá por conta da procura por motores eficientes em termos de energia: “Espera-se que regiões emergentes em todo o mundo apresentem oportunidades inexploradas. Os players do setor tentam aumentar suas capacidades de produção com melhor eficiência de custos apoiados em novas possibilidades”, diz o levantamento, pontuando, ainda, que, embora de um lado as perspectivas sejam positivas, do outro, o mercado testemunha grandes lacunas. E, um desses obstáculos está na baixa adoção dos inversores de frequência, dificultando o já tardio progresso da Indústria 4.0 por meio da automação de processos industriais.


No Brasil, a eletricidade é o insumo mais importante, seu uso racional é essencial quando o assunto é redução de gastos e competitividade. Nas fábricas, os vilões das contas de energia e suas altas cifras são os motores elétricos, que representam o percentual de 70% de toda a eletricidade consumida, conforme aponta a Eletrobras/Procel.


Há exatamente 20 anos, foi promulgada a Lei nº 10.295, que visa combater o desperdício de energia. Em seu artigo 2º, a legislação destaca que a checagem dos estabelecimentos em relação aos níveis máximos de consumo de energia, ou mínimo de eficiência energética, dos equipamentos e máquinas, será realizada com base em valores viáveis.


“Ocorre que para atender esta condição, faz-se necessário uma quantidade imensa de informações, como volume de produção, distribuição e venda, estratégias de transporte, importações e exportações, entre outros fatores, naturalmente difíceis de serem adquiridas”, analisa Joelintom Geffer, promotor técnico Siemens da Reymaster Materiais Elétricos e especialista em automação industrial.


Isso faz com que, em termos de eficiência energética, o Brasil esteja na penúltima posição no ranking internacional, entre as 16 maiores economias do mundo. “Para reverter esse quadro, a adoção dos inversores de frequência se faz urgente”, comenta Geffer.


Os inversores de frequência são aplicados em motores elétricos monofásicos e trifásicos, possibilitando seu acionamento com um controle preciso da corrente de partida (Reduzindo custos com sobredimensionamento de cabos, contatores, disjuntores, painéis e transformador). É possível controlar a velocidade e torque do motor , resultando em menor consumo de energia elétrica e maior durabilidade de componentes mecânicos de uma máquina ou processo.


Seu funcionamento é relativamente simples, é feita a conversão do sinal de tensão elétrica senoidal em um sinal de onda quadrada, através de uma modulação chamada PWM – Pulse Width Modulation (Modulação por Largura de Pulso), esse sinal de entrada é tratado por alguns blocos que compõem esses equipamentos.


E engana-se quem pensa que sua única utilidade é economizar energia. Pelo contrário: os inversores de frequência são responsáveis pelo melhor desempenho das máquinas e equipamentos; têm menor necessidade de manutenção; protegem o motor de forma mais eficaz; economizam espaço na instalação e principalmente habilitam a transformação digital para a Industria 4.0!

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