sexta-feira, 22 de outubro de 2021

União Brasil deve ter debandada em Mato Grosso do Sul e não fazer jus ao nome

 


Vereadores e deputados estaduais do DEM devem acompanhar Tereza Cristina e deixar o novo partido

Graziella Almeida

Antes mesmo da consolidação da fusão do DEM e do PSL para a criação do União Brasil na Justiça Eleitoral, reações de políticos das duas siglas, sobretudo do DEM, têm provocado tudo em Mato Grosso do Sul, menos o que o nome do novo partido sugere: união.  


No Estado, o DEM deve ter uma debandada de políticos com mandato quando o União for efetivado. Basicamente, apenas o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta deve permanecer na nova sigla.  


Os outros representantes deixariam o União Brasil juntamente com o principal nome do DEM atualmente em Mato Grosso do Sul, a ministra da Agricultura e deputada federal licenciada, Tereza Cristina.


O motivo da debandada seria um desacordo entre Tereza Cristina e a cúpula dos dois partidos: a ministra queria o comando do União no Estado, mas este deve ficar com a senadora Soraya Thronicke (PSL).  


Em evento no fim de semana, Soraya demonstrou que já trabalha para conquistar novos nomes para suprir a ausência dos que devem deixar o novo partido: esteve em eventos com a deputada federal Rose Modesto (PSDB) – possível candidata a governadora, caso aceite deixar de ser tucana e ir para o União, que mais parece no momento ser o partido da cisão.  


 

INCÔMODO

Atitudes e pronunciamentos recentes de Soraya têm deixado integrantes do DEM incomodados, como o vereador Professor Riverton e o deputado estadual Zé Teixeira, ligado aos cabeças do partido, Tereza Cristina e Murilo Zauith.


Procurado pelo Correio do Estado, Riverton disse que a fusão entre os partidos ainda está em análise e achou a atitude da senadora precipitada, levando em consideração todo o contexto político. 


 

“A fusão está acontecendo, não é o momento de termos decisões unilaterais, como anunciar novos filiados e futuro pré-candidato ao governo de um partido que não está consolidado”, afirmou.  


“Eu falo isso pelo DEM, e não pelo PSL, isso que ela fez foi complicado, ela não chegou na gente para conversar ainda. Então, essas coisas mostram como que a gente está sendo minoria, se continuar sobressaindo a opinião dos demais, não tem por que continuar no partido, pelo menos eu mesmo sairia”, acrescentou.


 

Zé Teixeira, por sua vez, pontuou que ainda não se sabe quem vai liderar o União Brasil em MS, mas acredita que o comando será dividido e não se subordinará a nenhum nome político. O parlamentar é um dos deputados que seguirão a ministra Tereza Cristina caso ela deixe a legenda em 2022.  


Teixeira ainda duvida que Luciano Bivar, atual presidente nacional do PSL e favorito para presidir a legenda, seja o comandante do União. “Até onde eu sei, o Antonio Carlos Magalhães Neto vai estar no comando do União Brasil, mas isso ainda é tratado em nível nacional para, se for aceito, a executiva passar para os diretórios e dividir o comando”, disse.  


 

“Não tem essa de subordinação, eu não me limito a ficar subordinado e nem quero que ninguém faça isso por mim, como não conheço ninguém do PSL, e sim do DEM, a Tereza Cristina, o Mandetta, o Murilo Zauith e aliado do Barbosinha", destacou o deputado.


"Não vou nomear falas, mas estão se precipitando no que andam fazendo, então temos que aguardar tudo acontecer primeiro e depois convidar e fazer o jogo político de cada lado”, completou.


Soraya Thronicke respondeu às declarações. 


 

“Não sei se as críticas são direcionadas a mim, mas, se forem, o referido vereador pode ficar tranquilo, pois, como líder do PSL-MS, já tenho conversado com as lideranças do DEM-MS há alguns dias para alinhar determinadas questões, além do diálogo que mantenho diretamente com o presidente nacional do União Brasil, deputado federal Luciano Bivar", frisou.


"Também já estamos organizando um encontro com os outros membros dos partidos para os próximos dias. Todos serão devidamente comunicados”, completou.


 

MANDETTA

Por outro lado, Luiz Henrique Mandetta releva a situação e diz que ainda não há nada confirmado, os dois partidos seguem com suas ideologias à parte. 


“Eu entendo que a situação gera desconforto, mas ainda estamos em um processo de fusão, a única coisa que confirma isso é a votação com a executiva nacional dos dois partidos. O jogo nem começou e já tem gente que está brava com isso, eu mesmo estou me mantendo calmo e tenho acompanhado toda a tratativa nacionalmente”, revelou.


 

“Não participo do diretório estadual e não tenho muito o que falar, mas o DEM continua sendo o DEM, e o PSL, o PSL, então, ambos estão fazendo suas articulações e correndo atrás de seus nomes", ressaltou.


"Até decidir a fusão dos partidos, tem tempo para ser pensando, e acredito que essas lideranças querem chegar já com suas estratégias e apostas prontas em março de 2022, para não correr risco de ficar sem disputa”, concluiu.


Com informação do Portal Correio do Estado

Nenhum comentário: