Com intuito de chamar atenção das autoridades, os profissionais vão circular com uma faixa no braço direito com os dizeres "Vacina Já!"
Gabrielle Tavares
Motoristas dos transportes públicos da Capital farão protesto na segunda-feira (12) pedindo prioridade na vacinação contra a Covid-19. Com intuito de chamar atenção das autoridades, os profissionais vão circular com uma faixa no braço direito com os dizeres "Vacina Já!".
De acordo com o diretor-financeiro Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande (STTCU), Willian Alves, no dia 11 de janeiro foi protocolado um pedido para que os profissionais do transporte coletivo em geral fossem priorizados, mas a prefeitura não respondeu.
"Temos direito sim, nós não paramos nenhum momento desde o início da pandemia, estamos expostos carregando todo dia a população". Além do protesto, os trabalhadores vão protocolar novo documento na prefeitura da Capital, que também será enviado para Câmara Municipal de Vereadores, Assembleia Legislativa e Governo do Estado.
São cerca de 1.400 funcionários. Além dos motoristas, a solicitação engloba também o pessoal do administrativo, que têm contato direto com os passageiros, como os funcionários que vendem passe.
Alves disse que a categoria até cogitou fazer um dia de paralização, mas a hipótese foi descartada para não prejudicar a população.
"O trabalhador está direto com a população, carrega o pessoal da segurança, da saúde, da educação e toda a população. Tem motoristas que já perderam a vida, ou que pegaram o coronavírus. Outras capitais já deram até data para vacinar o pessoal do transporte e nós aqui estamos ficando para trás".
Motoristas de ônibus foram incluídos como prioridade pelo Mistério da Saúde em janeiro deste ano, assim como caminhoneiros, trabalhadores em portos, empregados de companhias aéreas, funcionários de empresas de trens e ferrovias e motoristas e cobradores de ônibus tanto metropolitanos quanto intermunicipais e interestaduais.
Contudo, municípios e estados têm autonomia para estabelecerem a ordem de vacinação respeitando as peculiaridades de cada região. Alves disse que se pedido não for atendido, a categoria vai realizar assembleia para novas articulações.
Lotação
As reclamações dos usuários do transporte coletivo têm sido constantes, mas aumentaram muito durante as semanas de restrições em Campo Grande, no mês de março.
A frota, que em dias úteis da pandemia funciona com 370 veículos, passou a atuar com 127 carros durante as semanas restritivas, tendo de atender cerca de 36 mil pessoas, número registrado na segunda-feira, quando o decreto municipal passou a valer.
A situação, no entanto, não acontece, segundo o diretor-presidente da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), Janine Bruno, que disse ao Correio do Estado na última semana que não existe superlotação nos ônibus de Campo Grande.
"Se uma linha, por algum motivo, tem mais gente que o normal, a gente pega um ônibus desse [de reforço] na hora, e em cinco, 10 minutos já está no terminal. Quando dá 70%, as pessoas que não conseguiram entrar e ficaram na fila, já vem esse ônibus, não tem superlotação", afirmou.
Não é o que os passageiros pensam, como mostraram os resultados das pesquisas do Instituto de Pesquisa Resultado (IPR), a pedido do Correio do Estado, que divulgou no dia 23 de março que quase 90% dos passageiros tem medo de pegar Covid-19 utilizando o transporte coletivo.
O levantamento, que foi realizado com os usuários do transporte coletivo da Capital entre os dias 18 e 19 de março, indica que 89,94% dos passageiros têm algum tipo de medo ao circular pela cidade nos ônibus do Consórcio Guaicurus, concessionária responsável pelo transporte coletivo de Campo Grande.
Com informação do Portal Correio do Estado
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