quarta-feira, 21 de abril de 2021

Para infectologista, coquetel contra a covid não será amplamente utilizado no Estado

 


Uso do novo coquetel pode ser dificultado devido ao alto custo e indisponibilidade dos medicamentos pelo SUS


Ana Karla Flores

Com alto custo e indisponibilidade de medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS), uso do novo coquetel contra a Covid-19 pode ser pouco utilizado em Mato Grosso do Sul. 


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), aprovou, nesta terça-feira (20), o uso emergencial do coquetel para tratamento da Covid-19 no Brasil, composto pelos medicamentos casirivimabe e imdevimabe.  


Segundo o infectologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Júlio Croda, o coquetel não terá ampla utilização no Estado devido ao custo e à falta de disponibilidade dos medicamentos. Como no caso do primeiro medicamento contra a Covid liberado há um mês.


“O remdesivir até hoje não está disponível no SUS e já foi aprovado pela Anvisa”, explica o infectologista.


O tratamento foi liberado em caráter experimental em casos confirmados leves e moderados de pacientes do grupo de risco da doença que não estejam intubados ou necessitem de suplementação de oxigênio.  


De acordo com estudos da Anvisa, o benefício do tratamento seria perceptível a partir do segundo dia após a aplicação. Resultados apontam redução de 70,4% no número de pacientes hospitalizados por covid-19, quando comparado ao grupo que recebeu placebo.


Nesse estudo, os eventos adversos graves foram mais frequentes no grupo que recebeu placebo. Ao todo, 0,3% do total que recebeu o tratamento teve uma reação de hipersensibilidade.


O coquetel é composto por dois anticorpos monoclonais que bloqueiam a entrada do vírus na célula. Estes medicamentos devem ser administrados juntos por infusão intravenosa.


O uso será restrito a hospitais e será feito apenas sob prescrição médica, com venda proibida no comércio. O tratamento não é indicado para prevenção da Covid-19 e nem para pacientes graves, podendo causar a piora do quadro da doença.


Os fatores de risco considerados para a indicação do uso dos medicamentos são: idade avançada (65 anos ou mais), obesidade, doença cardiovascular, hipertensão, doença pulmonar crônica, asma, diabete, doenças renais crônicas, incluindo pacientes em diálise, imunossuprimidos e doenças hepáticas crônicas.


 


Primeiro medicamento aprovado


O coquetel é o segundo tratamento para a doença liberado para uso emergencial no País, após a aprovação do remdesivir em março. Segundo estudo da Anvisa, o remdesivir pode reduzir o tempo de hospitalização de pacientes com covid-19.


No dia 12 de março, a Agência liberou o uso do medicamento em pacientes com mais de 12 anos, que pesem ao menos 40 quilos e  tenham pneumonia com necessidade de suprimento de oxigênio, mas não seja intubado.  


Dados do estudos clínicos realizados apontam que houve uma redução de cerca de cinco dias de internação de pacientes que utilizaram o medicamento em relação ao grupo que recebeu placebo.  


Ainda não há uma previsão de quando o remdesivir poderá ser disponibilizado pelo SUS. De acordo com a Anvisa, o tratamento com o remédio chega a custar em média US$ 3.120 (cerca de R$ 17 mil).


Com informação do Portal Correio do Estado

Nenhum comentário: