quinta-feira, 1 de abril de 2021

Área menor dispara preços da soja e milho

 

                                                           Leonardo Gottems 

Soja para maio deve alcançar novas máximas e subir perto de US$ 15

Por:  -Leonardo Gottems


Os contratos futuros da soja e do milho reagiram com fortes altas expressivas após a divulgação do relatório de estoque trimestral e intenção de plantio do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). A área de soja deve ter elevação de 5% em relação ao ciclo 20/21 e atingir 35,4 milhões de hectares, o que veio abaixo das expectativas do mercado (36,6 milhões de hectares), o que fez as cotações dispararem, aponta a Consultoria AgResource Brasil.



“Para o milho, a alta é de menos de 1%, a 36,8 milhões de hectares. Assim como a soja, o mercado também projetava números maiores, de 37,2 milhões de hectares”, apontam os analistas da Consultoria.


“Levando em consideração a projeção de área semeada de soja nos EUA e a tendência de produtividade média de 50,8 bushels por acre, a produção total de soja nos Estados Unidos no ciclo 21/22 seria de apenas 119,8 milhões de toneladas. Esse número é menor que a expectativa de uso da oleaginosa, produzindo assim um cenário de estoques negativos. Para o milho, levando a perspectiva de produtividade média de 179,5 bushels/acre, a produção do cereal nos EUA estaria prevista em 404,39 milhões de toneladas. A safra estaria bem abaixo do uso de 21/22.”, acrescenta a AgResource.


Já os estoques de soja dos EUA de dezembro a 1º de março foram indicados em 42,57 milhões de toneladas. De acordo com os analistas, esses dados foram ligeiramente maiores que o previsto pelo mercado. Porém, este é o menor estoque para o período desde 2015. Para o milho, o USDA estimou estoques em 1º março em 195,61 milhões de toneladas, queda de 3% em relação aos estoques deste mesmo período em 2020. 


“O relatório foi altista, com a projeção de área plantada de soja e milho bem abaixo das expectativas do mercado. Além disso, os estoques de milho dos EUA em 1º de março também ficaram abaixo das expectativas, o que cria a necessidade de o USDA aumentar ainda mais a estimativa de consumo do cereal em abril”, comenta a Consultoria.


De acordo com os analistas, “aumenta a pressão para que o clima na safrinha brasileira colabore com o desenvolvimento da cultura. Vale lembrar que 75% da safra foi plantada fora da janela ideal. Se houver algum tipo de perda, será muito importante e deverá impactar ainda mais o mercado. A AgResource acredita que o milho spot em Chicago tem potencial de alta para US$ 6 a US$ 6,25, com o cereal de dezembro subindo para US$ 5 a US$ 5,25. A soja para maio deve alcançar novas máximas e subir perto de US$ 15, com novembro precisando subir para US$ 13,50 a US$ 14,00”.

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