sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Raça, música e mulheres fortes estão no centro do filme "A Voz Suprema do Blues" '

 

Reuters


O drama “A Voz Suprema do Blues” pode transcorrer num Estados Unidos racialmente dividido dos anos 1920 e foi escrito quase 40 anos atrás, mas chega com muito a dizer aos tempos atuais.


O filme, que tem Viola Davis no papel da cantora de blues negra Ma Rainey e o falecido Chadwick Boseman como um trompetista de cabeça quente, estreia na Netflix na sexta-feira no momento em que Hollywood e os EUA confrontam o racismo sistêmico



“A razão de (o filme) causar impacto hoje é que o racismo não foi destruído. Ele só evoluiu”, disse Davis.


A ação de “A Voz Suprema do Blues” se passa em Chicago em um dia quente de 1927. Durante uma sessão de gravação tensa, a cantora com ímpetos de diva se envolve em uma batalha de egos com seu empresário branco e sua banda por causa de dinheiro e do controle de sua música.



Davis, que conquistou um Oscar de atriz coadjuvante em 2017 e que muitos acreditam que será indicada no ano que vem, disse que viu Ma como uma mulher liberada, “o que significa que não era uma mulher de seu tempo, porque era uma mulher que conhecia seu valor assumidamente”.


Adaptado da peça de August Wilson, “A Voz Suprema do Blues” foi filmado em julho de 2019, um ano antes de protestos de rua irromperem em todo o território norte-americano em reação aos assassinatos de pessoas negras nas mãos da polícia.


“Para mim, (o filme) é uma conversa sobre como podemos ter um futuro até acertamos as contas com, e curar, e tratar, os pecados e cicatrizes do passado. Esta, para mim, é a conversa americana”, disse o diretor George C. Wolfe.

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