Por: AGROLINK -Leonardo Gottems
Pesquisadores do Adolphe Merkle Institute e do Departamento de Biologia da Universidade de Freiburg descobriram como certas nanopartículas de sílica podem atuar como um tratamento altamente eficiente, degradável e sem traços contra alguns patógenos de plantas. O ácido silícico, encontrado naturalmente no solo, é conhecido por provocar essas respostas nas plantas, e as nanopartículas de sílica amorfa podem liberar essa substância em pequenas quantidades.
Com isso em mente, os pesquisadores de Freiburg se propuseram a criar um nanoagroquímico ambientalmente seguro para a entrega seletiva de ácido silícico e para estimular a defesa das plantas. Eles sintetizaram nanopartículas de sílica com propriedades semelhantes às encontradas nas plantas. Para testar sua eficácia, eles aplicaram as nanopartículas em Arabidopsis thaliana (agrião thale), um modelo de planta amplamente utilizado, infectado com a praga bacteriana Pseudomonas syringae, outro organismo modelo.
Os resultados mostraram que suas nanopartículas podem aumentar a resistência contra bactérias de maneira dose-dependente, estimulando o hormônio de defesa da planta ácido salicílico (que também é o ingrediente ativo da aspirina). Os pesquisadores também investigaram as interações das nanopartículas com as folhas das plantas. Eles conseguiram mostrar que a absorção e ação das nanopartículas ocorrem exclusivamente através dos poros das folhas (estômatos) que permitem a respiração das plantas. As nanopartículas não foram distribuídas nas plantas e as partículas se degradam sem deixar rastros na presença de água, uma consideração importante para a segurança ambiental e alimentar.
Em comparação ao ácido silícico livre, que já é utilizado na proteção de culturas, as nanopartículas de sílica causam menos estresse às plantas e a outros microrganismos do solo devido à lenta liberação do ácido silícico.
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