quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Energisa/MS oferece reajuste parcelado aos eletricitários

 




Os eletricitários reprovaram a proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da Energisa/MS durante assembleia realizada pelo Sinergia-MS nesta segunda-feira (14). A votação ocorreu de forma virtual e contou com a participação de trabalhadores da capital e do interior do Estado.

Em plena pandemia do coronavírus, a Energisa teve lucro de R$ 245,1 milhões nos primeiros nove meses de 2020, 5,8% superior ao mesmo período do ano passado. Mesmo assim, ofereceu o reajuste mínimo aos trabalhadores, que é a reposição da inflação de 4,77%, parcelado em duas vezes. Na proposta reprovada pela categoria, a empresa prevê o pagamento de 2,36% em dezembro deste ano e 2,36% em junho de 2021.


“A reprovação da categoria é mais que justificada, a Energisa fez duas propostas de reajuste aos trabalhadores. A primeira de 2,70%, abaixo da inflação, e depois a inflação de 4,77% parcelada em duas vezes, sem efeitos retroativos, que são absolutamente incoerentes com os resultados financeiros registrados pela empresa em Mato Grosso do Sul”, afirma o presidente do sindicato, Elvio Vargas.


A proposta está aquém dos anseios dos eletricitários, que chamam a atenção para os resultados positivos da empresa no mote da Campanha Salarial 2020/2021: “Com esforço da categoria, Energisa lucrou na pandemia”.


Redução de custo

A concessionária de energia ainda foi a primeira empresa do setor a se beneficiar da MP 936 (posteriormente convertida na Lei 14.020/2020), com redução ou suspensão de jornada e alteração de salários. Dessa forma, a Energisa-MS teve auxílio do governo federal, redução de custo e aumento do lucro.


“Houve redução dos custos da empresa, especialmente os custos de pessoal diminuíram 10,2% no período de janeiro a setembro de 2020. Saímos de um custo de R$ 300 milhões para R$ 268,69 milhões, uma economia para a empresa de R$ 32 milhões. A combinação de aumento de receitas e diminuição de despesas, entre outros elementos, possibilitou um lucro líquido de R$ 128 milhões só no terceiro trimestre de 2020. No consolidado dos nove meses, mesmo com a pandemia, a Energisa/MS teve lucro de R$ 245,1 milhões. Este valor é superior em R$ 13,13 milhões ao registrado no mesmo período de 2019, que já tinha sido um ano excelente para a companhia”, destaca a economista e supervisora técnica do Dieese em Mato Grosso do Sul, Andreia Ferreira.


O presidente da entidade, Elvio Vargas, estima que aproximadamente 20% dos 1,5 mil trabalhadores da Energisa foram incluídos nos acordos da MP 936 .

“A Energisa foi a primeira e um dos poucos grupos do setor elétrico a aderir a essa medida. O setor elétrico nunca tem prejuízo, até porque não tem concorrência. Ou você tem a Energisa ou você tem a Energisa. Não haveria necessidade de aderir essa medida, até porque, diferente de outras atividades que foram ou estão sendo prejudicadas por conta da pandemia, a energia não está”, critica Elvio Vargas.


Reivindicações

As principais reivindicações dos eletricitários são ganho real, pagamento de 100% das horas extras, manutenção e ampliação dos direitos adquiridos, segurança alimentar (reajuste diferenciado nos tíquetes), e PCS justo, transparente e igualdade de oportunidades.

“Agora vamos comunicar à concessionária que 98% dos participantes da assembleia recusaram a proposta e que aguardamos uma nova rodada de negociação. Os trabalhadores querem reconhecimento, já que eles são os verdadeiros responsáveis por este lucro da Energisa/MS. São esses trabalhadores que estão embaixo de sol e chuva todos os dias, que estão nas ruas garantindo que a energia chegue a casa de cada sul-mato-grossense”, finaliza o presidente do Sinergia-MS, Elvio Vargas.

Caso as negociações não avancem, a categoria não descarta a possibilidade de paralisar as atividades.


Fonte: Assessoria de Comunicação

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