domingo, 14 de junho de 2020

Resistência de plantas daninhas a herbicidas preocupa agricultores

                                                          Foto: Nadia Borges
Segundo o pesquisador, há 28 espécies de plantas daninhas resistentes a herbicidas
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Hoje, no Brasil, segundo o pesquisador Décio Karam, da Embrapa Milho e Sorgo, há 28 espécies de plantas daninhas resistentes a herbicidas, em diferentes níveis, e cerca de 50 relatos de resistência feitos por produtores em diversas regiões brasileiras.


“A estimativa do custo de resistência, apenas na área de soja no Brasil, está entre R$ 3,7 bilhões e R$ 6 bilhões, somente computando os gastos para o manejo das espécies resistentes. Porém, quando se insere uma perda de 5% devido à competição imposta por essas plantas, os custos chegam a até R$ 9 bilhões”, revela o pesquisador.

Karam ainda cita outro dado preocupante: a ausência de novos mecanismos de controle ou manejo da resistência nos próximos 10 anos, já que os ingredientes ativos dos herbicidas são ainda os lançados nas últimas décadas. “Buva, capim-amargoso, capim pé-de-galinha, Amaranthus palmeri  exigem estratégias para prevenir a resistência. A chave é o manejo integrado”, explica Karam.

A resistência é definida como a habilidade herdada de uma planta daninha em sobreviver e reproduzir-se após a exposição a uma dose de herbicida normalmente letal (dose de bula) para a população natural. É de ocorrência natural, devido as plantas daninhas evoluírem e se adaptarem às mudanças do ambiente e ao uso das tecnologias agrícolas. Na prática, o surgimento da resistência ocorre pelo processo de seleção de biótipos resistentes, já existentes na população presente nas áreas de produção, em função de aplicações repetidas e continuadas de um mesmo herbicida ou de herbicidas com mesmo mecanismo de ação, durante determinado período de tempo.

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