Níveis baixos afetam navegabilidade e são resultado de escassez de chuva
Glaucea VaccariNível dos principais rios de Mato Grosso do Sul estão muito abaixo do registrado no mesmo período de anos anteriores, o que afeta a capacidade de navegação dos rios, especialmente na hidrovia do Paraguai, principal via fluvial de escoamento de produção de Mato Grosso do Sul. Situação se deve a escassez de chuva neste ano.
Dados da Sala de Situação do Instituto de Meio Ambiente do Estado (Imasul) mostram que, em 25 de maio do ano passado, o nível do Rio Paraguai, em Ladário, era de 344 centímetros, enquanto neste ano era de 199 centímetros no mesmo ponto. Em Porto Murtinho o nível é pior, caindo de 576 centímetros em 2019 para 280 neste ano.
Secretário da Semagro, Jaime Verruck, disse que a situação é preocupante.
“Estamos com uma série de restrições de navegabilidade no Rio Paraguai. Hoje, as barcaças que normalmente estariam operando com 100% da carga, reduziram em um terço e até metade da capacidade. Isso altera a competitividade do frete, precisa muito mais barcaças para levar a mesma carga que demandaria num período normal”, diz.
Porto Murtinho se prepara para ser o principal polo exportador da região Centro-Oeste com a implantação de uma infraestrutura intermodal hidro-rodoviária que inclui dois novos portos já em operação e a ponte internacional sobre o rio Paraguai concretizando a rota bioceânica até o Chile. Em 2018 foram embarcadas 600 mil toneladas de produtos em Porto Murtinho; em 2019 mais de 1 milhão de toneladas e a capacidade para esse ano aumentou consideravelmente com a ampliação de um porto e a entrada de outro em operação.
Redução do volume e de água nos rios também impacta na reprodução das espécies , segundo a coordenadora da Unidade de Recursos Pesqueiros do Imasul, bióloga Fânia Lopes de Ramires Campos
“Não só volume de água, mas também temperatura, pressão, a presença de sais minerais, de oxigênio dissolvido, a ocorrência dos dias mais longos, tudo isso tem forte relação com a reprodução dos peixes”, explica.
Outra preocupação decorrente da escassez de chuvas é o aumento no número de focos de calor, que também é maior neste ano do que no ano passado. Em Corumbá foram registrados 33.269 focos de calor entre os dias 1º de março e 2 de junho, enquanto em 2019, no mesmo período foram 3.243 focos, o que demonstra aumento de mais de 1.000%.
* Com assessoria
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