Foto; Campo Grande News
Investigações realizadas pelo MPE (Ministério Público Estadual) e que resultaram na terceira fase da Operação Ormetà, desencadeada na manhã desta quinta-feira (18/6), aponta para dois núcleos de pistolagem existentes em Mato Grosso do Sul, localizados nas cidades de Campo Grande e em Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai.
De acordo com as investigações contidas no processo que o Dourados News teve acesso, a promotoria mostra que as ações eram comandadas pelo empresário Jamil Name, preso na Penitenciária Federal de Mossoró (RN) após ser alvo da primeira fase da operação, contando com apoio do ‘Rei da Fronteira’ - como é descrito no documento -, Fahd Jamil, que inclusive utilizava de uma de suas propriedades rurais para abrigar pistoleiros.
Contra os dois a Justiça expediu mandados de prisão preventiva, mas Fahd não foi localizado.
Além deles, mais 17 pessoas entraram na mira da polícia nesta manhã através da preventiva e outras duas tiveram contra, mandados de prisão temporários.
Também foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão na Capital, fronteira e em Ivinhema.
Segundo a denúncia, as duas organizações criminosas atuavam em conjunto e, como ocorreu com Jamil e o filho, Jamil Name Filho, Fahd também tinha ao lado o filho, Flávio Correia Jamil Georges, que a exemplo do pai, não foi localizado.
Núcleo 1
De acordo com o documento, o núcleo ‘1’ da organização criminosa estaria instalado em Ponta Porã e era comandado por Fahd e Flávio, com apoio de dois policiais civis e um federal, que, na companhia de outros envolvidos, atuavam na divisão de tarefas.
Os servidores de segurança pública também estariam ligados às ações da organização comandada por Jamil Name em Campo Grande, conforme o processo.
No documento, a Justiça cita as formas como o grupo da fronteira prestava apoio ao outro núcleo.
“As investigações demonstraram que a organização criminosa estabelecida na cidade Ponta Porã, fronteira com o Paraguai, liderada por Fahd Jamil e seu filho Flávio Correia Jamil Georges, dava suporte à organização criminosa liderada por Jamil Name e Jamil Name Filho na remessa/aquisição de armas de fogo de grosso calibre e no preparo/execução de alguns homicídios”, cita.
Pai e filho também teriam ordenado as execuções de Alberto Aparecido Roberto Nogueira, encontrado morto em Bela Vista, na fronteira com o Paraguai e de Ilson Martins de Figueiredo ocorrido na Capital.
Ambos estariam envolvidos no desaparecimento/homicídio de Daniel Alvarez Georges, que é filho de Fahd.
As acusações também apontam para a movimentação financeira entre os grupos na compra e venda de armas de fogo de grosso calibre e na utilização de uma fazenda de propriedade de Fahd para abrigar pistoleiros e, ainda segundo o processo, esconder foragidos da Justiça.
Núcleo 2
Comandado pela família Name, o núcleo 2 da organização criminosa contava ainda com a participação do ex-deputado estadual e atual conselheiro do TCE (Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul), Jerson Domingos.
Em ‘troca’ das facilidades nas negociações de armas, a denúncia aponta que a organização dava apoio financiando ‘empreitadas criminosas’ para os ‘chefões’ da fronteira.
“De igual forma, Jamil Name e Jamil Name Filho davam aval e suporte, inclusive colaborando com o financiamento de empreitadas criminosas, para a organização criminosa de Fahd Jamil e Flávio Correia Jamil Georges, quando estes precisavam atuar (ilicitamente) em Campo Grande, haja vista que aqui [Capital] ocorreram as mortes de Ilson Martins de Figueiredo e de Orlando Silva Fernandes, as quais teriam sido ordenadas pela organização criminosa de Ponta Porã”, cita outro trecho do processo.
Jamil e Jamil Name Filho continuam no Presídio Federal de Mossoró (RN). Contra eles a Justiça ordenou novos mandados de prisão preventiva.
Por Dourados News
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