sexta-feira, 18 de junho de 2021

“Me roubaram na mão grande”, diz Delcídio do Amaral sobre prisão

 


Ex-senador afirma ter sido vítima de uma "verdadeira aberração jurídica"

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O ex-senador Delcídio do Amaral, atual presidente do PTB no Mato Grosso do Sul, considera uma “verdadeira aberração jurídica”, ser preso depois que a PGR usou como prova uma gravação em que ele oferecia dinheiro e um jatinho ao ex-diretor da Petrobrás, Nestor Cerveró. Em entrevista ao MyNews, ele fala da CPMI dos Correios, que ele foi presidente, e das investigações depois de sua prisão, que o levaram à inocência em todas as instâncias.


“A CPMI dos Correios foi absolutamente diferente de tudo o que ocorreu no Congresso, ela fez investigações aprofundadas, foram os melhores quadros escolhidos pelos partidos para compor a CPMI dos Correios, uma CPI mista e ela terminou numa investigação aprofundada, que denunciou políticos do PT, do PP, do MDB, do PSDB, do PL que fizeram parte de um relatório encaminhado ao Ministério Público. Esse processo foi para o STF e passou intacto, ou seja, nós fizemos uma investigação de 11 meses e o texto e as investigações serviram de base para o judiciário se posicionar como se posicionou”, explica o ex-senador.


Ele argumenta que o relatório foi auditado pela Ernest Young e tinha nomes muito fortes envolvidos como Eduardo Paes, ACM Neto, Sérgio Guerra, Ideli Salvatti, Carlos Sampaio, Álvaro Dias. Assim como tem acontecido na CPI da Pandemia, as pessoas acompanhavam diariamente a CPMI dos Correios.



“As pessoas acompanhavam como se fosse uma novela. Foi uma CPI ecumênica, uma CPI que na verdade as audiências públicas eram o reflexo de um trabalho muito intenso feito pelos seus integrantes. Nós ficávamos nos finais de semana em Brasília, estudávamos o processo inteiro e na verdade aquilo que era público, era resultado de um trabalho intenso fora dos holofotes. Então, ela é absolutamente incomparável sobre todos os aspectos”, avalia Amaral.


Sobre sua prisão pela PGR, que tinha como prova uma gravação feita por Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró, Delcídio diz que essa prova foi forjada de uma forma a comprometê-lo.


“O meu pecado foi confiar nas pessoas e numa conversa de político, se pegar o texto inteiro, no final eu digo o seguinte, tem que sair pela legalidade, pela justiça, essas teses foram ensinadas por outras pessoas por terceiros que estavam na própria reunião e pelo próprio filho do Nestor Cerveró, me induzindo a falar determinadas coisas, eu quero registrar aqui que em Brasília todos os parlamentares são procurados por pessoas eventualmente, até para verificar casos que estão tramitando na justiça, só que no momento desse papo fica registrado em gabinete, agora a ação é nenhuma como aconteceu, as investigações ocorreram foi comprovado que eu não tive influência de absolutamente nada que eu não falei com nenhum Ministro de Tribunal Superior”, relata o atual presidente do PTB-MS.


Delcídio ficou preso por 85 dias e o processo durou cinco anos. Ele conta que no julgamento da última instância, ele foi inocentado por unanimidade em apenas 15 minutos de votação. “Me roubaram na mão grande e foi uma verdadeira aberração jurídica, talvez uma das maiores aberrações jurídicas que o Parlamento sofreu e eu não sou só eu que falo, juristas importantes e respeitados compactuam da mesma opinião. Hoje, se você perguntar no Congresso, todo mundo sabe a injustiça que cometeram comigo”.

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