FreeStyle Libre, da farmacêutica Abbott, permite controle contínuo dos níveis de glicose sem a necessidade da tradicional e inconveniente picada no dedo
Por Victor Caputo/Exame
Um produto promete mudar a vida de pacientes que convivem com a diabetes. Ele é capaz de fazer medições do nível de glicose sem a necessidade da tradicional picada no dedo. O nome do produto é FreeStyle Libre, da farmacêutica Abbott.
Lançado no ano passado aqui no Brasil e vendido em caráter de exclusividade pela farmácia Onofre, o produto acaba de receber licença por parte da Anvisa para uso infantil. O FreeStyle Libre consiste na combinação de um sensor aplicado à pele e um leitor—em alguns países, há permissão para uso de um smartphone substituindo o leitor, mas ainda não no Brasil.
Uma demonstração do produto foi acompanhada pelo site EXAME. A coleta dos dados é extremamente rápida e dispensa a incômoda e tradicional picada no dedo. O trabalho, em comparação a métodos anteriores de medição, é mais veloz e simples.
Além da taxa atual de glicose no sangue, o paciente pode ver um histórico de oito horas. Jared Watkin, vice-presidente da divisão de diabetes da Abbott, explica que esse tipo de informação é muito valioso para diabéticos. Entender como o corpo funciona pode levar a mudanças em hábitos que trarão benefícios, como saber que é preciso fazer um lanche antes de dormir–ou deixar de fazer um lanche em determinado horário.
O resultado da praticidade na medição do nível de glicose com o FreeStyle Libre é um número maior de medições por dia. De acordo com uma análise da própria Abbott, os usuários do sensor monitoram os níveis de glicose em média 16 vezes por dia–número acima do recomendado por médicos.
Outro levantamento da farmacêutica usando 86 milhões de horas de monitoramento mostrou que o maior número de leitura diminui os casos de hipoglicemia e melhora o resultado na gestão da diabetes.
O processo de aplicação do sensor, que é feito em casa, é bastante simples e leva pouco tempo. Com auxílio de um acessório ao qual se prende o medidor, o usuário deve aplicar pressão na parte traseira do braço, onde esse aparelho circular ficará acoplado à pele. Para as medições, basta aproximar o leitor do sensor.
A má notícia é que esse sensor deve ser trocado a cada 14 dias. Mas a troca de diversos furos no dedo por dia para uma troca de sensor a cada duas semanas não é nada mal.
Watkin afirmou que a empresa pesquisa em melhorias futuras para pacientes diabéticos. Uma parceria recente com a empresa Bigfoot Biomedical pretende alinhar medições com um aparelho que faça aplicações de insulina de forma automatizada. Esse tipo de solução, no entanto, é apenas para o futuro.
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