G 1
Grupo de voluntários se uniu para resgatar e cuidar de animais abandonados e vítimas de maus-tratos na Grande Goiânia. Para incentivar as adoções e também arrecadar dinheiro para pagar os tratamentos que os bichos precisam, eles lançaram um calendário com fotos de cães e gatos que já ganharam novos lares. Quem já acolheu algum deles conta que a melhor recompensa é o amor incondicional retribuído pelos pets.
O Vida Lata surgiu há sete anos e, atualmente, conta com 11 pessoas que participam do projeto. Nesse tempo, os voluntários já se depararam com os mais variados tipos de histórias que eles consideram tristes e absurdas. O grupo afirma que não tem patrocínio ou ajuda governamental. Com a falta de recursos, muitas vezes, as dívidas em clínicas veterinárias se acumulam.
“Recebemos doações pela nossa página na rede social, mas não quita tudo. Grande parte do que a gente tem que arcar vem do nosso bolso. Em uma única clínica, a conta está em R$ 10 mil”, disse a voluntária Gabriela Costa Mendes.
Todo o dinheiro usado para o tratamento dos animais resgatados sai do bolso de cada membro e chega como doações de outras pessoas que acompanham o projeto. O calendário lançado por eles pode ser encontrado na página do grupo nas redes sociais, onde também é possível entrar em contato e fazer doações.
Para tentar incentivar a adoção e arrecadar dinheiro para tentar pagar as contas, o Vida Lata lançou um calendário para 2018 com fotos dos animais resgatados em seus novos lares. O calendário custa R$ 15 e todo o dinheiro será usado para dar continuidade ao projeto. Uma das estrelas do calendário é Filomena, uma gata que foi atropelada e perdeu os movimentos das patas traseiras.
“A Filomena foi encontrada por um dos membros do grupo na cidade de Goiás. Um rapaz atropelou ela propositalmente durante uma festa para se divertir com amigos e ela ficou se arrastando pelas ruas”, disse a voluntária Gabriela Costa Mendes.
Após ser resgatada, a gata ficou internada em uma clínica. Os custos do tratamento chegaram a cerca de R$ 6 mil. Os voluntários contam que sabiam que, em casos como este, a adoção era muito difícil, pois o animal exige cuidados constantes. Mas o animal teve um final feliz.
“Uma vez eu decidi que queria adotar um gato, porque ainda não tinha nenhum. Mas coloquei na cabeça que seria um deficiente. Porque gato já é muito difícil de doar. Deficiente então, mais ainda. Então eu falei que queria um gato que ninguém quisesse. E quando ou soube da história da Filomena, eu já quis adotar”, contou a fisioterapeuta Juliana Marcolino da Silva Ribeiro, de 32 anos.
Nos primeiros dias, ela conta que enfrentou dificuldades, pois a gata é totalmente dependente dos cuidados da dona, inclusive para defecar e urinar. Ela chegou a ter que ser internada três vezes para novos tratamentos.
“Mas, em momento algum, eu pensei em desistir, falei que ela ia ficar aqui em casa. E ela melhorou e eu estou muito feliz com ela. É um amor imensurável. O que ela me ama, o amor que me dá.... Quando eu acordo de manhã, ela já vem e lambe meu rosto, é uma coisa que nada paga. É como se fosse um filho, e por ela eu faço tudo que está ao meu alcance", disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário