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O Campão Cultural entra em sua última semana, de 3 a 6 de abril, na Capital sul-mato-grossense, contando com intensa programação em diversos locais e atrações artísticas espalhadas pela cidade. O Festival é realizado pelo Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul).
Um dos destaques da programação será o Palco Soul, que nos dias 04 e 06 de abril, na Praça do Rádio, recebe grandes apresentações, reunindo talentos da música em performances variadas e cheias de colaborações especiais.
No dia 4 de abril começam as apresentações, às 17h, com o Bloco de Carnaval Bojo Malê; às 18h30, performance de hip hop Cotidiano Difícil; às 20h, sobe ao Palco Jacqueline Costa com seu show Desenho em Aquarela e às 21h30 é a vez de Mental Abstrato, do Jazz ao Hip Hop.
No dia 5 de abril, sábado, haverá uma apresentação de capoeira com Mestre Liminha, Grupo Conterrâneo Capoeira, às 16h; às 17h, é a vez do Bloco de Carnaval Cordão da Valu; às 18h haverá uma performance de hip hop Revivarte; às 20h, DJ Magão e às 21h30, Os Garotin.
No dia 6, domingo, encerra o Festival Campão Cultural na Praça do Rádio apresentações diversas. Ás 16h30 haverá uma apresentação cultural da Escola de Capoeira Grupo Memória Formada Pindorama e Puxada de Rede e a Consciência Ambiental; às 17h30, desfile das marcas autorais de MS; às 18h30, performance hip hop Ecos da Periferia; às 20h, show com Codinome Winchester e finalizando as apresentações, às 21h30, Marina Peralta convida Brisa Flow.
Jacqueline Costa
A cantora e compositora Jacqueline Costa traz ao palco o espetáculo “Desenho em Aquarela”, uma mostra de seu trabalho autoral, que transita entre MPB, pop e R&B. Nascida em Corumbá e criada em Campo Grande, Jacqueline começou sua trajetória artística se apresentando em bares e eventos locais. Suas músicas carregam uma sensibilidade que aborda temas cotidianos e emocionais, conectando-se ao público de forma autêntica.
Em 2014, Jacqueline lançou seu primeiro álbum autoral, apoiado pelo FIC/MS (Fundo de Investimentos Culturais de Mato Grosso do Sul). Entre as faixas de destaque estão “Esperando em MS”, “Chuva de Amor” e “Fiz uma Lista”, amplamente reconhecidas nas plataformas de streaming. No mesmo ano, venceu o 22º FUC (Festival Universitário da Canção), organizado pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), consolidando-se como uma das vozes mais promissoras do estado.
A artista também participou de programas de televisão regionais e apresentou o espetáculo “Intimista” no projeto CenaSom, da FCMS, onde misturou canções autorais e interpretações de clássicos nacionais e internacionais. Em 2023, Jacqueline integrou o projeto “O Canto Delas”, que celebra o protagonismo feminino na música.
Mental Abstrato
A essência do jazz contemporâneo e do Hip Hop se encontram em perfeita harmonia com as raridades da música brasileira dentro desse projeto. Formado pelos produtores Omig One, Calmão e Guimas Santos, o Mental Abstrato lançou seu primeiro álbum “Pure Essence” em 2010 no Japão, com grande reconhecimento internacional. Agora, eles apresentam o segundo álbum “UZOMA”, gravado no Red Bull Music Studios São Paulo, representando a música brasileira contemporânea, dos subúrbios de São Paulo para o mundo.
Os Garotin
Os Garotin, trio musical formado por Anchieta, Leo Guima e Cupertino, vem ganhando as redes sociais após ser compartilhado por artistas como Caetano Veloso, Juliette e Rubel. Os músicos, que tocam o projeto em paralelo a suas carreiras solo, decidiram se unir há cerca de dois anos para fazer um “bem bolado” de música boa.
Eles também explicaram o nome do trio, Os Garotin, que foi escolhido pelo jeito de ser dos artistas. “Nós somos crias de São Gonçalo (RJ). Temos uma alma bem de criança, de se divertir com tudo, de rir e de zoar tudo, e isso aflora muito quando nós estamos juntos”, explica Cupertino.
Ainda segundo Cupertino, a ideia do grupo surgiu após um incentivo de Paula Lavigne, esposa de Caetano Veloso, que disse que os amigos, que à época, se conheciam há 4 anos, precisavam se juntar. “Foi quando a gente começou a frequentar a casa de Caetano Veloso, que Paula olhou para gente e falou: ‘meninos, vocês têm que se juntar agora’. Então ela acelerou muito esse começo”.
Codinome Winchester
Quem assiste aos seus shows entende que seu som realmente causa impacto aos ouvidos mal acostumados; pois é um disparo violento do velho Rock n´Roll com toques de psicodelia e um soco de musicalidade do Indie Rock. É um show vibrante.
A banda Winchester, que nasceu tocando para amigos e em eventos da UFMS, se assumiu como profissional em 2013. Cada vez mais solicitada pelas casas noturnas de Campo Grande, exigiu dos músicos a responsabilidade de viver da música. Essa visão de empreender-se no mercado musical os levou para shows em outras cidades de Mato Grosso do Sul. Já tocaram com Cachorro Grande, Vanguart, Supercombo, Scalene e Far From Alaska em festivais sul-mato-grossenses. Também participaram do concurso Temos Vagas, promovido pelo festival Lollapalooza, no qual ficaram entre as bandas mais votadas em todo o território nacional.
A banda incita ao movimento do corpo, da mesma forma que as bandas de rock setentistas; porém, com um resultado musical forte e moderno, que mostra as novas tendências do rock internacional, e se destaca com músicas autorais cada vez mais pedidas pelo público.
Marina Peralta
Nascida em 1993 em Campo Grande (MS), Marina Peralta começou sua relação com a arte na pré-adolescência, cantando no coral da igreja que frequentava. Em 2014, quando completou 21 anos, a artista postou um vídeo interpretando, só com voz e violão, o reggae Agradece, de autoria própria, que acabou viralizando nas redes sociais.
O sucesso espontâneo na internet ajudou Marina Peralta a conseguir financiamento coletivo para o primeiro disco solo, lançado em 2016. Três anos depois, veio o segundo álbum, o EP Leve, que suavizou um pouco a mistura de reggae, samba, MPB e rap proposta pela cantora e compositora sul-mato-grossense.
O isolamento imposto pela pandemia de covid-19, a partir de 2020, não impediu que Marina Peralta continuasse produzindo e lançando singles, muitos deles abordando temas como o empoderamento feminino e a luta por igualdade social e econômica. Um exemplo disso é a música Demarcação, gravada em 2022 em parceria com os conterrâneos do grupo de rap indígena Brô MCs.
Brisa Flow
Brisa de la Cordillera, mais conhecida como Brisa Flow, é cantora, musicista, compositora, poeta, performer, produtora musical, ativista e uma das principais expoentes do futurismo indígena no Brasil.
Filha de um casal de artistas chilenos, nascida em Minas Gerais, iniciou seu processo artístico em Belo Horizonte e mistura a levada latina com rap, música eletrônica e neo/soul.
Sua música marrona combina rap com influências de cantos ancestrais, jazz, eletrônico e neo/soul, refletindo suas experiências no mundo e desafiando a colonialidade através de sua arte como cantora, produtora musical, performer e pesquisadora. Como filha de artesãos araucanos, ela se dedica à pesquisa e defesa da música indígena contemporânea e do rap como ferramentas para combater o epistemicídio, destacando o hip hop como um aquilombamento urbano que resgata as raízes e memórias originárias.