(Foto: Thais Bueno/Gazeta Press)
Prova de rua mais tradicional do país, a Corrida Internacional de São Silvestre recebeu uma homenagem pela 100ª edição, a ser realizada no próximo dia 31 de dezembro. A Câmara Municipal de São Paulo condecorou a São Silvestre com a Salva de Prata em sessão solene na noite desta sexta-feira.
Uma das maiores honrarias oferecidas pelo legislativo da capital paulista, a Salva de Prata foi entregue pela vereadora Renata Falzoni (PSB) para a Fundação Cásper Líbero, representada pelo diretor executivo da São Silvestre, Erick Castelhero, e por Laerte Gueller Junior, superintendente administrativo e financeiro da Fundação.
Autoridades, corredores que fizeram história na prova e personalidades ligadas ao mundo da corrida marcaram presença na homenagem, como a deputada federal Tabata Amaral (PSB), o deputado estadual Eduardo Suplicy (PT), o presidente da Federação Paulista de Atletismo, Joel de Oliveira, o diretor executivo da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), Cláudio Castilho, e a superintendente geral da TV Gazeta, Juliana Algañaraz.
Bicampeão da São Silvestre, o corredor José João da Silva, que conquistou a prova em 1980 e 1985, também prestigiou o evento, assim como Emerson Iser Bem, que ganhou a prova em 1997.
A Sessão Solene, realizada no Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo, teve início com um breve pronunciamento da vereadora Renata Falzoni. Posteriormente, houve a reprodução de um vídeo com os melhores momentos da São Silvestre em seus 101 anos de existência, com destaque para a edição de 2024. Foi então que os depoimentos começaram.
"É uma felicidade imensa estar na Casa do Povo falando de uma prova que é feita para o povo. Acho que esse é um dos segredos para a São Silvestre ter a longevidade que tem. É uma história de 101 anos. 2020 parou pela pandemia, depois de ter passado por uma Guerra Mundial e uma Revolução Constitucionalisra. Voltamos com força total, com a alegria que ela transmite, com a oportunidade que ela oferece. Para atletas que são aspirantes, personagens marcantes, ou alguém que quer chegar no topo do pódio", discursou Erick Castelhero, diretor executivo da prova.
"É uma honra estar aqui, fico bem contente em ter esse espaço para a Fundação Cásper Líbero. Ele [Cásper Líbero] colocou a prova em prática através do seu pioneirismo e é uma honra ter um momento dedicado a alguém tão importante. Agradecer à Câmara e a Renata [Falzoni] pela homenagem, que vai ficar marcada pela 100ª edição", complementou.
Renata Falzoni, é claro, também deixou o seu depoimento. A vereadora citou o orgulho do primeiro ano de seu mandato ter coincido com a 100ª edição da corrida internacional e valorizou a ocupação das ruas com uma prova do tamanho da São Silvestre.
"A São Silvestre começa em 1925, passa por Segunda Guerra Mundial, por Revolução Constitucionalista. Esse evento é inquestionável. É um evento que marca minha cidade internacionalmente. Tenho muito orgulho disso. Cada edição é mais gratificante que a outra. Cada pessoa que chega na linha de chegada já é um vencedor. A São Silvestre é um esporte popular! Temos que sempre incentivar a atividade física, especialmente nas ruas, ocupando o espaço público. Essa será a 50ª em que as mulheres poderão participar. Até que foi bastante antes, porque o ciclismo para as mulheres nos Jogos Olímpicos veio só nos anos 1980. Temos que colocar esse número", declarou.
Presidente da Federação Paulista de Atletismo (FPA), Joel de Oliveira acompanhará a sétima edição da São Silvestre e também destacou a importância da prova.
"A Federação Paulista de Atletismo completou 100 anos no ano passado. Somos parceiros da São Silvestre desde a primeira edição. A cada ano são novos aprendizados, emoções e desafios que enfrentamos juntos. A energia que vivemos é fantástica. Aproveito para agradecer todos os os trabalhadores do atletismo. Essa prova representa tudo de melhor que o atletismo brasileiro produz. Milhares de pessoas são beneficiadas direta e indiretamente. Sua lembrança [Renata Falzoni] foi extremamente pertinente", adicionou o dirigente.
A tradicional prova de São Silvestre
Idealizada pelo jornalista Cásper Líbero, a São Silvestre era disputada inicialmente na virada do ano, como o grande evento do réveillon paulistano e, até hoje, é um marco tradicional do final de ano em São Paulo. A prova é considerada a mais emblemática da América do Sul, com a participação de milhares de corredores, e atrai participantes de diversos países do mundo.
Atualmente, a São Silvestre é disputada pela manhã em um percurso de 15km e faz parte do calendário da IAAF (Associação Internacional das Corridas de Atletismo). Marcada para o próximo dia 31 de dezembro, a 100ª edição da prova já está com as inscrições esgotadas e deve reunir 55 mil participantes, com largada e chegada na famosa Avenida Paulista.
"Estou muito feliz de estar aqui. Isso vem de uma pessoa que cresceu distante do esporte. Eu venho da periferia de São Paulo, cresci muito distante do esporte. Eu cresci assistindo São Silvestre com o meu pai, e a gente acha que aquilo é para os outros. Eu vim de uma região que não tinha nenhum equipamento esportivo. É claro que crescemos achando que não é para gente. A corrida para mim chegou muito tarde, pós-pandemia. Sempre fui sedentária, aquela nerd, e a corrida foi a única coisa que me convenceu, fez sentido para mim", contou a deputada Tabata Amaral.
"Meu objetivo quando comecei [a correr] era fazer a São Silvestre. E sou bem determinada. Fui mais ou menos, mas fiz e não parei mais. Já fiz três meias-maratonas, estou indo para a terceira São Silvestre. A corrida me curou, faço para poder estar bem. A corrida representa muito para mim hoje, principalmente profissionalmente. Ela mudou a minha concepção do esporte", prosseguiu.
O deputado estadual Eduardo Suplicy afirmou que também participará da 100ª edição da São Silvestre. O convite foi estendido pelo político até mesmo ao prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Ao final do evento, Suplicy e Tabata Amaral foram homenageados pela vereadora Renata Falzino, assim como Juliana Algañaraz. Também foram brevemente consagrados alguns históricos corredores da prova e outras personalidades, como Marilson do Santos (tricampeão da prova), Alfredo Gomes (campeão da primeira edição, que recebeu na figura de seu neto), Osvaldo Arvate Júnior (presidente do clube Esperia), Lucélia Peres (campeã em 2006), José João da Silva (bicampeão) e Emerson Iser Bem (campeão em 1997), Maria Zeferina Baldaia (campeã em 2001), Wanderlei Oliveira (atleta e treinador), Ronaldo da Costa (campeão em 1994), Carmem de Oliveira (campeã em 1996), João da Mata (campeão em 1986) e Gisa Oliveira (influenciadora e atleta), além de Marizete de Paula Rezende (campeã em 2002).
Por Thais Bueno

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