A viúva do jornalista e locutor Cid Moreira, Fátima Sampaio, se despede do marido
Público tímido em dia de chuva se despede do apresentador na sede do governo estadual após cerimônia fechada
O corpo do jornalista Cid Moreira, morto nesta quinta-feira aos 97 anos, foi velado por familiares e fãs, no Salão Nobre do Palácio Guanabara, sede do governo estadual, em Laranjeiras, no Rio de Janeiro. A chuva, que caiu no Rio, afastou um pouco os fãs e o velório terminou mais cedo do que o previsto.
Em um momento de mais emoção, a viúva pediu para que todos os presentes no salão, entre familiares e admiradores, cantassem a Oração de São Francisco, eternizada na voz do marido. Acompanhada de um violinista, Fátima Moreira cantou e chorou acompanhada de familiares presentes de perto do caixão de Cid Moreira.
O velório fechado para a família não contou com a presença dos filhos do jornalista, que estavam rompidos com o pai. A jornalista Fátima Bernardes esteve presente no velório e falou sobre a relação deles e a inspiração que o apresentador era para as gerações mais novas.
"Tinha pouca oportunidade de conviver no dia a dia com o Cid. Fui muito mais uma admiradora, como todos os jornalistas e como todo mundo de casa. Como colega de trabalho, me surpreendeu muito ver que ele não era uma pessoa sisuda, mas divertida."
O jornalista Leo Batista, 92, chegou no final da cerimônia que teve seu final antecipado por causa da chuva. Léo conseguiu prestar a sua homenagem ao amigo e fez questão de acompanhar o caixão pelas escadarias do Palácio Guanabara até o carro da funerária que vai transportar o corpo para Taubaté, interior paulista, onde será velado e enterrado. O corpo foi aplaudido por alguns fãs que se aglomeravam no portão do Palácio, apesar da chuva insistente.
A viúva Fátima Moreira, conversou brevemente com a imprensa. Emocionada, ela disse que sentir uma sensação esquisita. "Vocês são humanos como eu e são repórteres como fui. Então, sabem que eu estou num estado esquisito, meio fora de mim em outra dimensão. Eu quero viver o meu luto profundamente", afirmou.
A viúva ainda completou falando um pouca da relação com Cid Moreira e seus últimos dias de vida. "O que vivi com ele foi fantástico. Ia fazer 25 anos, não é brinquedo, né? Dei sorte de casar com um moço novinho, mais novinho que eu. Ele tinha um humor muito particular."
"A gente se divertia, ele brincava porque a gente já casou mais tarde —eu, com 35, ele com 72. Ele falava, vamos brincar de casinha? E foi isso que eu fiz esses anos. Brinquei de casinha com o Cid."
O corpo chegou de Itaipava, região serrana do Rio, onde o apresentador morava, às 7h50. De 8h30 às 10h, houve um velório fechado para a família e amigos mais próximos. O corpo foi recebido pela 1ª Companhia da Polícia Militar com honrarias.
O Salão Nobre está decorado com flores brancas e cerca de dez coroas de flores foram enviadas por amigos e políticos. Entre os nomes estão os do prefeito Eduardo Paes, as Organizações Globo, amigos do Rio e amigos do jornalismo. O governador do Rio, Claúdio Castro, estava em uma agenda e não conseguiu chegar a tempo do velório.
Às 10h20 o público reduzido, que encarou a chuva para prestar sua última homenagem ao apresentador, foi encaminhado para o velório.
Assim que a entrada do público foi permitida, uma das pessoas que esperava do lado de fora fez uma prece em voz alta ao passar pelo caixão. Durante a cerimônia, um músico, contratado pela família, tocava "My Way", consagrada por Frank Sinatra, no saxofone.
A notícia da morte de Moreira foi dada na quinta-feira ao vivo na TV Globo por sua mulher no programa Encontro com Patrícia Poeta. O apresentador estava internado havia quase um mês em Petrópolis, no Rio de Janeiro, tratando uma pneumonia. Ele sofreu uma falência de múltiplos órgãos.
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