quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Frutos do Pantanal e Cerrado

 







Por Ethieny Karen (Ecoa – Ecologia e Ação)


O Cerrado constitui cerca de 24% do território brasileiro, sendo o segundo maior bioma do Brasil. De todas as savanas o Cerrado é o mais rico em espécies vegetais – cerca de 11 mil. O Pantanal é formado por biomas de outras regiões do Brasil e da América Latina. Devido a este vasto recurso, podemos encontrar vários frutos deliciosos e nutritivos.


Alguns frutos que podem ser encontrados são:

                                                ECOA


Guavira


Nome científico: Campomanesia spp


Guavira4

Foto: Arquivo Ecoa


A guavira é o símbolo de Mato Grosso do Sul, rica em vitamina C – vinte vezes mais do que a laranja –, além de magnésio, fósforo, cálcio, potássio, zinco e óleos essenciais. Faz parte da família Myrtaceae.


Sua frutificação ocorre entre novembro e janeiro.


A coloração da fruta é verde e amarela e é conhecida como fruta da resistência, pois apenas depois de uma estiagem e uma chuva, é que aparece o guaviral nativo. O pé de guavira vem desaparecendo ao longo dos anos, devido ao desmatamento do Cerrado.

                                                Foto: Jean Fernandes 


Bocaiúva


Nome científico: Acrocomia aculeata


Conhecida como bocaiuva, macaúba, coco-baboso, coco-de-espinho, e etc. O fruto é importante para a fauna nativa, pois alimenta araras, cotias, capivaras, emas, antas e outros animais. Sua árvore pode chegar até 20m de altura e suas folhas podem chegar até 5m de comprimento, apresenta flores e frutos que chegam a pesar 60 quilos.


Dão frutos quando alcança entre três a cinco anos de idade. Ela é rica em vitamina A, E e C, Ômega 3, 6 e 9.


Sua frutificação ocorre entre setembro e outubro.


O óleo da amêndoa pode ser utilizado em cosméticos e margarinas. Estudos desenvolvidos no Brasil pesquisam como transformar a bocaiuva em uma fonte de combustível.

                                             Foto: Jaboticaba via Freepik


Pequi


Nome científico: Caryoca brasiliense



O pequi, “casca espinhenta” na língua indígena, é consumido por várias regiões do Brasil. O fruto maduro é de cor verde, e possui em seu interior um caroço revestido por uma polpa macia e amarelada – sendo a parte comestível da fruta.


Sua frutificação ocorre entre dezembro e fevereiro.


Sua polpa pode ser consumida pura, cozida ou misturada com arroz e outros alimentos. Seu gosto forte pode ser agradável ou desagradar os consumidores. A castanha torrada do pequi também é comestível.


Laranjinha-de-pacu


Nome científico: Pouteria glomerata



Conhecida como laranjinha, moranguinha, parada ou laranjinha-de-pacu. Possui altas doses de antioxidante (rica em vitamina C), ferro – mais do que um bife de fígado – e cobre. Popularmente é utilizada na prevenção de anemia e ainda no combate ao envelhecimento. Também é usada como isca para peixes.


Sua frutificação ocorre entre fevereiro e junho.


Possui um perfume agradável, suave e adocicado, já seu sabor é azedo devido a baixa percepção de açúcares – pode ser comparada ao tamarindo. A laranjinha-de-pacu pode ser consumida in natura (a fruta) e sua polpa pode ser utilizada em sucos, sorvetes, geleias e caldas. Sua casca tem coloração esverdeada ou amarelada e sua polpa é bege claro.


Jatobá


Nome científico: Hymenaea courbaril



Por ter sido utilizado em momentos de meditação dos povos indígenas, o jatobazeiro se tornou um patrimônio nacional. A origem de seu nome é tupi e significa “árvore com frutos duros”. A árvore tem amadurecimento lento, mas pode chegar a 40m de altura.


Seu período de frutificação ocorre de junho a agosto.


O jatobá é um fruto com casca dura e marrom, sua polpa é um pó verde com odor forte. Tanto a casca quanto o pó podem ser consumidos.


O fruto do jatobá é fonte de vitamina C e minerais como ferro, fósforo, potássio, magnésio e cálcio. Sua polpa é indicada para pessoas com alto grau de anemia.


Baru


Nome científico: Dipteryx alata



Baru ou cumbaru é um fruto que oferece muitos benefícios a saúde, principalmente para o coração. A alimentação diária dessa castanha pode ajudar a diminuir a taxa de colesterol total. Além de ser rica em ômega-6 e 9, zinco, ácido graxos, proteínas, fibras, minerais e ferro.


Seu fruto é um legume lenhoso, de cor castanha, com uma única amêndoa comestível. Sua amêndoa pode ser consumida crua ou torrada e contém um alto valor nutricional.


A frutificação do baru ocorre de outubro a dezembro.


Infelizmente, o baruzeiro está em perigo de extinção devido ao desmatamento do Cerrado, a extração predatória e a alta qualidade da madeira do baru.


Jenipapo


Nome científico: Genipa americana L.



Jenipapo, vem do Tupi-guarani e significa fruta que mancha ou para pintar. A polpa do fruto quando extraída contém um líquido que se assemelha a água, mas em contato com o ar oxida e vira uma tinta entre azul escuro ou preta. Os índios pintavam o corpo com o líquido, protegendo-se também de mosquitos.


O jenipapo se assemelha a um figo, entretanto é um pouco maior. Seu fruto é ácido se consumido ao natural, mas é utilizado na produção de licor, doces, quinino, vinho e outros. Sua polpa é marrom clara, com numerosas sementes pardas. Tem gosto doce e ácido, é suculenta e apresenta odor forte.


A frutificação do jenipapo ocorre entre outubro e fevereiro.


Rico em riboflavina e ferro, a vitamina B2 necessária para a formação de hemácias, produção de anticorpos e prevenção da catarata.


Mangaba


Nome científico: Hancornia speciosa



A Mangaba é encontrada em toda região do Brasil. A mangabeira é muito resistente a terrenos áridos e com pouco nutrientes. Seu fruto em tupi significa “coisa boa de comer”, possui uma polpa branca cremosa levemente leitosa e ácida e contêm sementes achatadas no interior da polpa que são muito saborosas. Rica em Vitamina A e C, B1, B2, além de ferro, fósforo, cálcio, proteínas e fibras.


Durante o mês de outubro a dezembro ocorre a sua frutificação.

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