domingo, 17 de outubro de 2021

Comitê Olímpico Internacional diz que Copa a cada 2 anos é ruim para outros esportes e para mulheres

 

FOLHAPRESS


O Comitê Olímpico Internacional (COI) se posicionou de maneira contrária aos planos da Fifa de organizar a Copa do Mundo a cada dois anos. 


Em uma nota publicada neste sábado (16), o COI afirma que mudar a frequência do principal torneio de futebol masculino prejudicaria o calendário do futebol feminino e de outros esportes. 


A mudança seria prejudicial também à saúde física e mental dos jogadores envolvidos.


"Federações internacionais de outros esportes, federações nacionais de futebol, clubes, jogadores, associações de jogadores e técnicos já expressaram muitas reservas e preocupações em relação aos planos de gerar mais receita para a Fifa", escreveu o COI.



De acordo com o comitê, a Copa a cada dois anos coincidiria com torneios de outros esportes, como tênis, ciclismo, golfe, ginástica, atletismo e Fórmula 1.


"Isso diminuiria a diversidade e o desenvolvimento de outros esportes que não o futebol", argumentou a organização. A maior frequência de torneios de futebol masculinos também poderia "criar desafios" para a promoção do futebol feminino.


A Fifa anunciou que está conduzindo um estudo sobre a viabilidade de diminuir pela metade o intervalo entre uma Copa e outra. 


A proposta vem sendo muito criticada por clubes e federações. A UEFA e Conmebol já se disseram contrários. 


Os críticos temem que a menor frequência banalize o torneio. Em uma viagem a Israel na última quarta-feira, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, voltou a defender a mudança, argumentando que outros torneios anuais, como a Liga dos Campeões e o Super Bowl, não perdem a "magia".


Ex-jogadores como Ronaldo Fenômeno e Roberto Carlos, que fazem parte do "time de lendas" da Fifa, já se disseram favoráveis à mudança. 


Para o COI, no entanto, uma Copa a cada dois anos prejudicaria os jogadores, já submetidos a um calendário apertado.


"O COI compartilha sua preocupação e apoia os pedidos dos envolvidos no futebol, federações internacionais e grandes organizadores de eventos por um debate mais abrangente, incluindo representantes de atletas, o que obviamente não aconteceu", concluiu o comitê.

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