revistacampoenegocios
O cajueiro é planta cultivada que pertence à família Anacardiaceae e ao gênero Anacardium. Esse gênero é constituído por várias espécies encontradas nos biomas Amazônia, Cerrado e Caatinga. De todas as espécies de cajueiro, apenas a Anacardium occidentale L. é explorada comercialmente. Os cajueiros dessa espécie são divididos em dois tipos: o cajueiro comum ou gigante e o cajueiro-anão-precoce.
A região brasileira que se destaca com a produção de frutíferas tropicais é o Nordeste. O cajueiro pode ser cultivado em pequenas áreas como em áreas grandes em regiões de clima quente e seco, em que se desenvolve melhor. A fruteira tem grande importância econômica pela capacidade de gerar renda e emprego.
A frutificação do fruto ocorre na primavera e verão. O fruto do cajueiro (o caju) é caracterizado com um pseudofruto. O pedúnculo pode ter coloração amarela, alaranjada ou vermelha que se desenvolve e contem polpa suculenta e carnosa. O verdadeiro fruto é a castanha do caju, pequeno, de coloração escura e consistência dura.
Localizado na Praia de Pirangi, no Litoral Sul, está um dos mais belos cartões postais do Brasil, o Maior Cajueiro do Mundo, no estado do Rio Grande do Norte. A árvore ganhou destaque pelo seu tamanho, sendo registrada no livro dos recordes, o Guiness Book, em 1994. O cajueiro conta com aproximadamente 8.500 m² de copa, produzindo 70.000 frutas por safra, o equivalente a mais de 2 toneladas e meia.
O caju tem baixo valor calórico (43 calorias) e é uma excelente fonte de vitamina C. Essa vitamina é boa para a saúde oftalmológica, contribui para o bom funcionamento do sistema imunológico e para produção do colágeno, fundamental para manutenção de uma pele saudável. Aliado a isso, a vitamina C também contribui para absorção do ferro e é um nutriente antioxidante. Assim, é também fonte de Betacaroteno (provitamina A), Vitamina do complexo B e dos minerais Cálcio, Magnésio, Manganês, Potássio, Fósforo e Ferro.
Desta forma, a castanha de caju ganha força por ser fonte de gorduras monoinsaturadas, nutriente fundamental para esses benefícios. Já que diminui níveis de colesterol ruim (LDL) no sangue, enquanto estimula o aumento dos níveis do bom colesterol (HDL). Cada 100 gramas de castanha possuem 26,5 gramas de gordura monoinsaturada. Além disso, 100 gramas de castanha de caju torradas e salgadas possuem 18,5 gramas de proteína, 5,2 miligramas de ferro e 617 miligramas de potássio.
Benefícios do caju
Auxilia na redução do colesterol LDL
Ação antioxidante
Energia para atividades físicas
Melhoram a saúde dos dentes e ossos
Melhora a pele e o cabelo
Melhora o humor
Melhora a função sexual
Possui efeitos anti-inflamatórios
Fortalece o sistema imunológico
A castanha, cabo do caju, é o fruto verdadeiro que gera a amêndoa. Alimento rico em vários nutrientes, é consumido torrado e tem como principal destino as exportações. Norte-americanos e canadenses são grandes compradores do produto nacional. A parte carnosa da fruta, pedúnculo, é considerado o falso fruto e apresenta cor alaranjada ou avermelhada. Além de ser consumida in natura, pode se fazer sucos, cajuína – suco de caju clarificado, sorvetes, doces cristalizados, compotas, licor, mel, geleias e até cachaça. Assim, a polpa, extraída do pseudofruto carnoso, é apreciada pela sua capacidade refrescante: as bebidas à base de caju são caracterizadas por uma forte nota adstringente. O caju é uma fruta com polpa muito perecível, assim deve ser consumido rapidamente. Se estiver bem firme, pode ficar guardado na geladeira por dois dias, no máximo. Assim, no caju o pedúnculo fabrica-se o fermentando ou vinho de caju, a polpa de caju pasteurizada e congelada para a produção de suco, néctar de caju, xarope de caju, refrigerante de caju, doce de caju em massa, doce de caju em pasta, doce de caju em calda, geleia de caju, caju-ameixa, cajuína, rapadura de caju e mel clarificado de caju.
O beneficiamento da castanha para comercialização da amêndoa atualmente vem contribuindo com uma expressiva participação na pauta de exportação, agregando valor para a matéria-prima, gerando emprego no período da entressafra das culturas. O bagaço de caju processado pode ser utilizado tanto na produção de rapaduras, quanto na ração animal.
O cajueiro pode ser consorciado com outras culturas como mandioca, soja, sorgo, amendoim e pode ser aproveitado para criação de abelhas que colaboram para a polinização e produção de mel.As mudas enxertadas são a melhor opção para plantar o cajueiro, pois as sementes geram plantas com crescimento e produção desuniformes. As mudas podem ser adquiridas com viveiristas idôneos. O cajueiro é uma planta tropical e para desenvolver precisa de temperatura média de 27ºC. Os ventos fortes podem prejudicar a planta então recomenda-se o uso de quebra-ventos para proteção. Iniciar o plantio no início das chuvas. A muda pode ser produzida em saquinhos de plásticos ou em tubinhos de plástico. Abra um buraco na cova do tamanho do torrão e coloque a muda. Coloque capim seco ou palhada em volta da muda para ajudar a conservar a umidade. Em cada muda plantada, você deve colocar uma estaca e amarrar com um pedaço de barbante, para proteger a planta contra a ação do vento e orientar seu crescimento.
O cajueiro desenvolve-se melhor em terra do tipo areno-argilosa. Além disso, escolha uma terra que seja bastante profunda, para que as raízes não encontrem qualquer barreira durante sua penetração e seu crescimento. Recomenda-se uma análise de solo antes do plantio. A correção da acidez é feita com calcário, na cova, aplicando 2 a 3 meses antes do plantio das mudas. A adubação química é feita durante o plantio, na cova. No espaçamento de plantio recomenda-se distância mínima de sete metros entre as covas, cujas medidas devem ser de 40 x 40 x 40 cm. As covas devem ser preparadas de um a dois meses antes do plantio das mudas. Coloque no fundo da cova o adubo necessário (uns 10 litros de esterco de curral curtido ou 3 a 4 litros de esterco de galinha, composto, cinzas e adubo químico). Depois, recoloque a terra de cima para acabar de encher a cova.
Na poda de formação do cajueiro, retire todas as brotações laterais no caule até 50 cm do solo. Evite a infestação com ervas daninhas limpando a área de projeção da copa. A poda formação deve ser feita a partir do segundo ano de vida da planta, depois da colheita e antes da floração. Serve para evitar o entrelaçamento dos ramos e para deixar o sol entrar no meio da planta. Corte também os ramos que nascem para os lados. Na capina é preciso fazer o coroamento em volta da planta para manter a terra limpa. Entre as plantas, deve-se roçar o mato e deixar os restos em cobertura para proteger o solo.
A copa do cajueiro- comum pode atingir até 20 m de altura, sendo chamado de gigante. No entanto, é mais comum os cajueiros entre 8 e 15m de altura. Já o cajueiro-anão-precoce caracteriza-se pelo porte baixo, raramente ultrapassando os 5 m de altura e 8 m de diâmetro de copa. Possui copa mais compacta e homogênea do que o cajueiro-comum. Desse modo, buscando a uniformidade dos pomares e melhor produtividade dos produtos comercializados do caju, a Embrapa por meio de programas de melhoramento genético, selecionou vários genótipos do cajueiro que apresentavam características de porte baixo, até 5 metros, precocidade produtividade, a partir do 1º ano e elevada produtividade em kg de castanhas/ há denominados de cajueiro anão precoce. Esses materiais passaram a ser disponibilizados aos produtores por meio de mudas enxertadas (clones) via garfagem lateral ou borbulhia.
Dependendo do clone de cajueiro-anão-precoce, a coloração do pedúnculo do caju maduro pode ser amarela, alaranjada ou vermelha. O peso do pedúnculo também varia de acordo com o clone, entre 87 g (‘CCP 09’) a 155 g (‘BRS 189’). Do mesmo modo a castanha também varia entre 7 g (‘CCP 06’) a 16 g (‘BRS 274’). As amêndoas, após o processamento, pesam entre 1,8 g (‘CCP 76’) a 3,4 g (‘BRS 274’).
Altas produtividades do cajueiro anão precoce são alcançadas em cultivos irrigados com adequado suprimentos de fertilizantes. Com o menor porte da planta os cajus passaram as serem colhidos de forma manual no cajueiro e melhor aproveitamento do pedúnculo. A expansão da cultura do cajueiro anão-precoce é de grande importância por apresentar ciclo curto e maior produtividade de castanha. Além disso, as castanhas são maiores e as plantas são mais baixas, o que facilita a colheita.
As principais doenças são a antracnose, o mofo-preto e a resinose. A antracnose é a principal doença do cajueiro, ataca quando há umidade e folhas novas. O sintoma é a presença de manchas escuras e irregulares nas folhas jovens. À medida que as folhas envelhecem, as manchas tornam-se avermelhadas. Por fim, as folhas ficam pretas e caem.
Para o controle da antracnose, você deve remover e destruir os restos culturais infectados,
fazendo a poda de limpeza. O controle químico pode ser utilizado. Já o Mofo-preto os primeiros sintomas são pequenas manchas arredondadas e amareladas no lado inferior das folhas mais velhas. Com o tempo, as manchas escurecem e tornam-se pretas. O uso de produto químico é o controle mais eficiente. Enquanto que a resinose ocorre com uma goma saindo do tronco e dos ramos da planta é o sintoma dessa doença. Para prevenir, evite machucar a planta quando trabalhar no pomar, pois essa doença ataca pelos ferimentos.
As principais pragas são brocadas-pontas, traça-das-castanhas, pulgão-da-flor (inflorescência), tripes e lagarta-saia-justa. As brocas-das-pontas são as larvas que atacam os brotos, que formam um “repolhinho”. Dentro deles, ficam as larvas, de cor alaranjada. Arranque os brotos atacados e destrua as larvas, para evitar sua multiplicação. Já a Traça-das-castanhas a lagarta entra na castanha nova e destrói toda a amêndoa. Depois, ela abre um buraquinho na casca, por onde sai na forma de uma pequena mariposa. Enquanto que o pulgão-da-inflorescência é uma pequena praga que ataca os botões das flores. Produz uma mela que recobre as flores e as folhas, que, em consequência, ficam cobertas de fuligem (fumagina). As Tripes são pragas que atacam as flores e a parte inferior das folhas, que ficam escuras e depois prateadas, caindo ao final. Prejudica a formação das castanhas. Outra praga a Lagarta-saia-justa enrola nas folhas, essa lagarta constrói abrigos, onde se esconde. Produz teias que dificultam o desenvolvimento normal do cajueiro e reduz, portanto, a produtividade das plantas.
A produção do cajueiro-anão começa, de verdade, a partir do segundo ano. Colher os frutos maduros do cajueiro todos os dias com a finalidade das indústrias de sucos ou doces. Retire as castanhas e lave a polpa (pedúnculo). Do mesmo modo, colha apenas frutos maduros se o destino for o mercado de frutas, pois o caju não amadurece fora da planta.
As castanhas só devem ser armazenadas secas. Por isso, após a colheita, deixe as castanhas no sol durante três dias, revirando diariamente. Antes do ensacamento e da armazenagem, faça uma seleção: elimine as castanhas mofadas, com furos, brotadas, chochas ou danificadas, para que o preço de venda não seja desvalorizado.
A colheita do caju acontece de julho a dezembro e alguns casos se estende até maio. Sua produção é de extrema importância para o semiárido nordestino dado seu destaque econômico, social, cultural e ambiental. A colheita acontece quando a parte carnosa apresenta textura firme e coloração intensa. Para não danificar o caju, faça uma leve torção para que o pedúnculo se solte do ramo facilmente. Se houver resistência para soltar, o fruto ainda não está maduro o suficiente para consumo.
Alguns estados do nordeste têm maior produção de frutos do país como Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte e Bahia. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a estimativa da safra calculada em agosto de 2019 para produção de castanha de caju in natura no país está estimada em 122,6 mil t, uma redução de 13,2% na comparação com o ano anterior, quando a produção situou-se em 141,3 mil t. O principal produtor em 2019 foi o estado do Ceará, com uma produção estimada de 66,3 mil t. Esse estado representou 58,7% da produção nacional em 2018. Em segundo lugar, em 2019, encontra-se o estado do Piauí que produziu 25,0 mil t. Esse estado vem aumentando a sua produção em 19,5% aa no período 2014 a 2018. É seguido pelo estado do Rio Grande do Norte que produziu 17,4 mil t em 2019. Em 2018, esses três estados representaram 89,4% da produção brasileira de castanha de caju enquanto a região Nordeste representou 98,6% do total produzido no mesmo ano. Ainda conforme as estimativas realizadas em agosto divulgadas pelo IBGE, a área destinada à colheita de castanha de caju no país em 2019 foi estimada em 428,1 mil há.
As exportações de castanha de caju no ano de 2019, sem casca, apresentaram aumento em termos de quantidade de 38,0% na comparação com o mesmo período do ano anterior, situando-se em 10,5 mil t. O principal destino das exportações entre janeiro e agosto foram os Estados Unidos, representando 35,5% do valor total exportado (US$ 27,9 milhões) e 34,1% da quantidade (3,5 mil t), a um preço médio de US$ 7,82/kg. Foi seguido pela Holanda, representando 12,9% do valor total exportado (US$ 10,1 milhões) e 12,8% da quantidade (1,3 mil t), a um preço médio de US$ 7,54/kg. O terceiro principal destino das exportações brasileiras nos oito primeiros meses de 2019 foi o Canadá, que representou 11,9% do valor exportado no período (US$ 9,3 milhões) e 12,2% da quantidade (1,2 mil t), a um preço médio de US$ 7,34/kg. Esses três países (Estados Unidos, Holanda e Canadá), representaram 65,2% da quantidade e 65,8% do valor exportado de castanha de caju sem casca no ano de 2018 (Conab, 2019).
Nenhum comentário:
Postar um comentário