sábado, 16 de novembro de 2019

Volkswagen T-Cross


LUIZ HUMBERTO MONTEIRO PEREIRA/Agência AutoMotrix



A versão 250TSI Highline é a mais equipada do modelo, que entrou na briga pela liderança do segmento de SUVs compactos


Demorou mais do que a Volkswagen esperava, mas o T-Cross finalmente entrou na disputa pela liderança entre os utilitários esportivos compactos. Em outubro, pela primeira vez, o SUV produzido a partir da plataforma MQB-A0, a mesma do hatch Polo e do sedã Virtus, ultrapassou a barreira das 5 mil unidades foram exatos 5.084 emplacamentos. Assim, deixou para trás o Ford Ecosport e o Honda HR-V e colou nos líderes Hyundai Creta (5.324), Nissan Kicks (5.550 unidades) e Jeep Renegade (6.680 unidades). Na versão mais básica, o T-Cross parte de R$ 84.990 com motor 1.0 200TSI de até 128 cavalos e câmbio manual. Na top 250TSI Highline, a Volkswagen oferece o modelo por preços a partir de R$ 109.990. Com todos os opcionais e pintura bicolor, o T-Cross Highline pode chegar até R$ 128.630, já próximo da faixa dos SUVs médios, como o Jeep Compass. O preço elevado aparentemente foi um obstáculo no crescimento das vendas do T-Cross. Em um segmento que reúne tantos modelos atraentes e atualizados, qualquer diferença na etiqueta de preço pode ser um fator importante na decisão de compra.


A VW caprichou bastante no desenho do T-Cross. Por fora, é ligeiramente menor que os rivais Creta, Kicks e Renegade. Contudo, com suas formas robustas, o entre-eixos grande herdado do Virtus e as colunas traseiras largas, o crossover parece maior do que realmente é. A frente alta é dominada pela grade ampla, ladeada por faróis em leds com luzes diurnas de mesma tecnologia. O para-choque frontal traz faróis de neblina destacados e uma barra cinza com o nome T-Cross em baixo-relevo. As portas traseiras grandes reforçam a impressão de maior tamanho e facilitam o acesso ao interior. As rodas de liga leve aro 17 polegadas com acabamento cinza são elegantes. A linha de cintura alta e o teto reto reforçam o estilo SUV do crossover, que ostenta na traseira grandes lanternas em leds, unidas por uma ponte de refletores estendida transversalmente. A tampa do bagageiro tem um defletor de ar envolvente, com acabamento preto.


O motor da versão 250TSI Highline é um 1.4 de quatro cilindros flex com turbocompressor, que entrega 150 cavalos a 4.500 rpm e 25,5 kgfm em 1.500 rpm, com qualquer combustível. Também é adotado no Tiguan Allspace e no Jetta. O TSI segue a tendência do downsizing e adota a injeção direta o combustível é injetado sob alta pressão diretamente na câmara de combustão. A tecnologia permite maior pulverização do combustível, o que melhora a combustão e colabora para menor consumo. E o turbo aumenta a massa de ar admitida pelo motor para seu funcionamento ao comprimir esse ar. Parâmetros como potência, torque e eficiência são aumentados em comparação a um motor de mesma cilindrada com aspiração natural.


Em termos de equipamentos, todos os T-Cross vêm com controle de estabilidade (ESC), seis airbags, freios a disco nas quatro rodas com ABS, bloqueio eletrônico do diferencial, direção elétrica e ajuste de altura e distância para o volante, assistente para partida em rampas (Hill Hold), sensores traseiros de estacionamento, sistema Isofix para fixação de cadeirinhas infantis, faróis com função Coming & Leaving que se mantém acesos alguns segundos após o carro ser desligado, para que o motorista tenha luz para entrar em casa , de neblina com função cornering que ilumina mais a direção para onde o volante está apontado , luzes de condução diurna e lanternas em leds, banco dianteiro do passageiro com encosto rebatível, suporte para smartphone com entrada USB, travas e vidros elétricos e volante multifuncional.

As configurações automáticas acrescentam controle de velocidade, apoio de braço central com porta-objetos, volante multifuncional revestido de couro, paddles shifts, duas entradas USB para o banco de trás, saída traseira de ar-condicionado e sistema de som Composition Touch com tela colorida sensível ao toque de 6,5 polegadas e App-Connect. Na versão Highline, o modelo incorpora iluminação ambiente em leds, sistema start-stop, partida sem o uso de chave, retrovisores com rebatimento automático, sensores de chuva e crepuscular, retrovisor interno eletrocrômico, bancos revestidos em couro e detector de fadiga do motorista. Opcionalmente, pode agregar cluster digital, central Discover Media, comando de voz, entrada USB no console central e seletor dos modos de condução, pintura de carroceria em dois tons, assistente de estacionamento, faróis full-leds, som Beats e teto solar panorâmico Sky View, com persiana elétrica.


O T-Cross é um produto estratégico para a Volkswagen do Brasil. A marca alemã já avisou que pretende crescer gradativamente em vendas para, em 2020, voltar a disputar a liderança nacional do mercado automotivo, atualmente ocupada pela General Motors. Para atingir essa meta, é fundamental oferecer um produto bem acertado no segmento que mais evolui no mercado local. Em termos estéticos, dinâmicos e tecnológicos, o T-Cross já consegue se equiparar aos concorrentes. Mas, ao chegar ao mercado, inicialmente apenas na versão top 250TSI Highline, o crossover da Volkswagen logo pegou fama de ser caro. Para embalar de vez as vendas, talvez uma estratégia interessante fosse manter os preços para, assim, ganhar mais competitividade, na medida em que os principais rivais se tornem mais caros em suas linhas 2020/2021.

Experiência a bordo: Tecnologias com estilo

O T-Cross Highline une o porte de SUV compacto com um pacote tecnológico típico do segmento médio. Na versão avaliada, dotada de todos os pacotes de opcionais, estão presentes o assistente de estacionamento Park Assist 3.0, o teto solar panorâmico, os faróis full-led, o som premium Beats com subwoofer e o acabamento em couro. Apesar de ser um conteúdo bastante completo, pelos R$ 126.240 pedidos por essa versão cheia de opcionais, poderiam estar presentes alguns sistemas de segurança semi-autônomos que andam em moda na indústria automotiva, como o alerta de colisão, o assistente de faixa e o piloto automático adaptativo.


O espaço é generoso para um SUV compacto o entre-eixos de 2,65 metros resulta em boa área livre para quem viaja no banco traseiro. A posição de dirigir elevada agrada aos fãs do segmento. Em termos de acabamento, o predomínio dos tons claros e a mistura de texturas no painel é agradável, no entanto, o acabamento adota predominantemente plásticos duros. Os bancos em couro que mesclam tons de cinza claro e cinza escuro agradam pelo visual e pelo conforto. Há duas entradas USB e difusores de ar para quem viaja atrás. Os pedais esportivos são estilosos e refinados, porém, o suporte para celular dá ao habitáculo um aspecto um tanto proletário, inusitado em uma versão topo de linha mas pode ser facilmente removido. O porta-malas de 373 litros se amplia com ajuste do encosto para 420 litros.

Impressões ao dirigir: Na melhor forma
O T-Cross Highline 250 TSI, com preços de R$ 110 mil a quase R$ 130 mil, não é feito para vender muito. Essa configuração do crossover compacto da Volkswagen foi desenvolvida para andar bem e impressionar dinamicamente. Com 150 cavalos e 25,5 kgfm, o motor é bastante elástico. Com a opção de quatro modos de condução Normal, Ecológico, Esportivo e Individual , é possível de se explorar diferentes aspectos do powertrain. Mesmo no modo Eco, o crossover de quase 1.300 quilos responde bem nas retomadas e não vacila nas ultrapassagens. Já no modo Sport e com o recurso de se fazer as mudanças manuais do câmbio Tiptronic de 6 marchas em paddles shifts, o potencial de dirigir esportivamente é ampliado. O bom torque em baixas rotações, principal característica dos motores TSI, mostra seu valor no T-Cross com vigor. O câmbio automático tem relações longas e não é tão rápido nas trocas, mas permite uma tocada esportiva.



A dinâmica do T-Cross Highline é próxima à de um carro de passeio. A direção elétrica é adaptativa enrijece em altas velocidades, dando uma boa sensação de controle ao carro, e se torna extremamente leve nas manobras de estacionamento. Os freios bem dimensionados são precisos. A suspensão é macia, ajustada para oferecer conforto e atenuar a buraqueira das ruas. Um efeito colateral dessa opção é alguma inclinação da carroceria nas curvas e nos desvios rápidos de trajetória, típica de modelos altos e com suspensão elevada. O Park Assist 3.0 oferece auxílio para estacionar em vagas perpendiculares e com 45 graus. A função faz as manobras de saída e pode até frear o carro mesmo quando quem está no comando é o motorista, caso o sistema perceba o risco de uma colisão.

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