quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Filme : Bixa Travesty




Cine Web

Bixa Travesty
Trailer
Ficha técnica
Nome: Bixa Travesty
Nome Original: Bixa Travesty
Cor filmagem: Colorida
Origem: Brasil
Ano de produção: 2018
Gênero: Documentário
Duração: 75 min
Classificação: 18 anos
Direção: Kiko Goifman, Cláudia Priscilla
Elenco:

Desafio: assistir aos intensos 75 minutos de Bixa Travesty e, ao final, não estar completamente encantado/encantada por Linn da Quebrada. Cantora, atriz, ativista, rompedora de padrões, ela é uma figura forte no cenário cultural brasileiro, desafiando padrões, o que se faz ainda mais necessários em tempos de obscurantismo como o presente.

Premiado no Festival de Berlim, entre outros, o documentário dirigido por Claudia Priscilla e Kiko Goifman é um mergulho no universo de Linn, dona de um carisma e um discurso ímpares. Assinando o roteiro com a dupla da direção, a artista reflete sobre o que é a identidade – uma palavra tão em voga ultimamente, que serve a qualquer discurso que a queira utilizar. Assim, uma das funções do filme é tomar as palavras para si, resignificando-as – daí o próprio título, que coloca a protagonista num lugar único.

Alternando momentos de performance, outros confessionais, alguns de diversão e discussão com amigas - como Jup do Bairro - e a mãe, Linn coloca a pauta identitária no centro do documentário. “Transtornar”, e seus derivados, ganha um novo significado. “Serei meu próprio transtornar. Eu vou continuar me transtornando”, diz ela para a câmera. Esta, aliás, está apaixonada pela artista – e não há como culpá-la.

O filme é, basicamente, uma investigação sobre os discursos do presente, por isso, é extremamente atual. Mas seu tema também é outro: o corpo. Linn, completamente à vontade em seu corpo, discursa sobre a posse e as transformações. Há alguns anos, enfrentou um câncer, e uma amiga fez o registro dela no hospital. É um momento delicado de sua vida, mas é também o momento de maior descoberta de seu próprio corpo.

O documentário talvez nem sempre faça justiça a ela, já que seu escopo é bastante ligado ao presente, deixando de fora momentos da trajetória de Linn que seriam interessantes de ser conhecidos aqui. Mas, de qualquer forma, é um registro vigoroso da potência dessa voz que precisa, mais do que nunca, ser ouvida.

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