terça-feira, 16 de julho de 2019

Simone diz que nome de Eduardo Bolsonaro pode ser derrotado no Senado

                                          (Foto: Mateus Bonomi/Agif/Estadão)

A presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, Simone Tebet (MDB-MS), afirmou nesta segunda-feira (15) que a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para a embaixada brasileira em Washington foi "o maior erro" do presidente Jair Bolsonaro até o momento.

Para a senadora, o nome do parlamentar pode ser derrotado na Casa, expondo uma fragilidade do governo em votações. "Talvez tenha sido o maior erro do presidente até agora. Até porque envolve o próprio filho", afirmou nesta segunda a senadora.

Para Tebet, o presidente deveria ter avaliado qual era "o sentimento do Senado" antes de indicar no nome do filho para o cargo.

"Acho que ele corre sérios riscos de mandar [a indicação de Eduardo Bolsonaro para ser o embaixador brasileiro nos Estados Unidos) para o Senado e ser derrotado. A votação é secreta. Não tem precedentes no mundo, em países democráticos."

O nome de Eduardo deve enfrentar entre senadores resistência para assumir a embaixada, caso sua indicação seja confirmada pelo pai. Dos atuais 17 integrantes da Comissão de Relações Exteriores do Senado --responsável por analisar o nome--, 6 disseram ao jornal Estado de S. Paulo ser contrários, outros 7 afirmaram ser favoráveis, 3 preferiram não comentar e apenas 1 não se manifestou.

"A sabatina expõe demais o governo e pode dar uma fragilidade que o governo ainda não tem na casa. Eu tenho esse sentimento hoje [de que a indicação seria derrotada no Senado] sentindo algumas pessoas que defendem o governo com unhas e dentes questionando que isso foi erro. Mas, enfim, o tempo dirá", afirmou Simone Tebet, segundo o Estadão.

Para ser embaixador, o nome de Eduardo Bolsonaro deverá passar por uma sabatina na Comissão de Relações Exteriores e, em seguida, ser submetido a uma votação secreta.

Depois, o nome vai ao plenário do Senado que tem que dizer se aceita a indicação do presidente. Ele precisará do voto favorável da maioria dos 81 senadores --também em votação secreta.

Conforme registros da Comissão de Relações Exteriores, apenas uma indicação presidencial para embaixador foi rejeitada nos últimos dez anos.

Em 2015, a então presidente Dilma Rousseff enviou o nome de Guilherme Patriota, irmão do ex-chanceler Antônio Patriota, para a vaga de embaixador do Brasil na OEA (Organização dos Estados Americanos), mas ele não teve aval da maioria dos senadores.

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