Um saca-rolha gigante que se move com graciosidade e se transmuta em bailarina, leques que adquirem o traquejo de pavões, torneiras que pingam e fazem lembrar um velhinho que derrama lágrimas. Essas são as algumas das soluções inusitadas que poderão ser conferidas durante o Fito (Festival Internacional de Teatro de Objetos), que será realizado Sesi de 25 a 28 novembro no Centro de Convenções e Exposições Albano Franco, em Campo Grande.
Segundo a superintendente do Sesi, Maura Gabínio, trata-se de um evento que vem para destacar a atividade industrial em Mato Grosso do Sul de forma lúdica. “Mostrar os objetos utilizados na indústria que podem expressar o dia-a-dia do trabalhador, dando alma a esses objetos.
É um privilégio para Campo Grande receber uma proposta tão inovadora que esteve no Brasil em 2009. Considero esta uma conquista importante em termos de demonstração do teatro como ferramenta educadora da platéia e objeto cultural”, disse.
Maura Gabínio acrescenta que o Fito é uma ação de valor educativo, cultural e entretenimento por incrementar qualidade de vida e produtividade, envolvendo trabalhador da indústria, familiares e a comunidade.
“É uma forma de convidar a ampliar a visão do trabalhador e despertar na família o senso de pertencer a esse mundo da indústria. É o lazer e entretenimento gratuito criando a aproximação maior na célula da família desse industriário, empresário e comunidade”, analisou.
O Fito
Pouco explorada no Brasil, a modalidade de teatro de objetos possui uma forte presença na Europa, continente de onde virá a maior parte das companhias cênicas. No total, o festival, que irá promover 76 apresentações com 15 companhias oriundas do Brasil, Argentina, Israel, Itália e França, foi idealizado pela curadora Lina Rosa e promove a democratização da cultura sob um formato inteligente e único.
“O Teatro de Objetos é uma forma de metáfora crítica inteligente, que faz pensar, diverte, educa e sensibiliza a platéia”, explicou, lembrando que o festival funcionará das 16 às 22 horas nos quatro dias de evento em Campo Grande.
Além das apresentações, o Festival incluirá ainda oficinas profissionais, feira de objetos e o espaço Fito Foto, bem como um show do artista Tom Zé, que apresentará o espetáculo “Música/ Contramúsica” no dia 27 de novembro à noite.
Para sediar o Fito, uma estrutura cenográfica especial, além de teatros climatizados, mini-salas de espetáculos e cenografia interativa, será montado no Albano Franco, totalizando uma área de 2.300 metros quadrados.
O ambiente terá cinco salas para espetáculos nacionais e internacionais, sendo três delas com capacidade para receber até 200 pessoas e duas com capacidade para 50 espectadores.
O local também irá abrigar tendas de alimentação e cenografia interativa onde os visitantes poderão manipular objetos gigantes com ajuda de arte-educadores e espaço cenográfico para cliques do público.
Estréia
Criado em 2009, o festival já percorreu as cidades de Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG) e Manaus (AM) e Florianópolis (SC), mas é a primeira vez que se apresenta em Campo Grande (MS), que terá um formato diferente, com quatro dias de evento ao invés de três como aconteceu antes.
Assim, a população que for conferir o Fito assistirá a 76 em vez dos 55 apresentados nos outros Estados. “A população de Campo Grande também verá em primeira mão o trabalho do grupo israelense Meital Raz, que não havia participado do Fito ainda”, adiantou Lina Rosa.
No sábado, às 21h30, o baiano Tom Zé apresenta o show “Música /ContraMúsica”, sendo que na abertura e no fechamento do Fito o público se deparará com uma banda local e dez objetos gigantes que estarão espalhados pelo espaço, fazendo evoluções.
Entre as atrações, uma pistola irá rodopiar e disparar balas-guloseimas coloridas, um isqueiro aceso será perseguido por um extintor, uma camiseta será paquerada por um ferro de passar que solta fumaça ao se encostar nela, e um par de tênis tentará escapar de um desodorante aerossol que solta spray perfumado.
Uma exposição interativa de objetos permitirá ao público manipular objetos gigantes com a ajuda de arte educadores. Entre os objetos, um abajur que adormece e um despertador que toca a toda hora, três secadores de cabelo cantores, um grande aquário com objetos sendo manipulados de forma inusitada, bailarinas em formato de saca-rolhas gigantes que rodopiam manipulados por uma manivela, lâmpadas de diversos tamanhos e cores que dançam e se movimentam como plantas.
Outras atrações serão Fito Mostra Viva, que reúne performances curtas realizadas por atores em quatro mini-salas para pequenos grupos, o Fito Feira, que mostra de objetos interessantes ou inusitados, além de antiguidades, que poderão ser adquiridos pelos visitantes, o Foto Fito, que será um espaço interativo cenográfico onde o público é fotografado ao ‘bailar’ com um cabideiro, e o estande do Sesi, onde o visitante poderá conferir obras de arte e performances feitas a partir de objetos da indústria.
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