Como parte das comemorações pelo centenário da imigração japonesa no Brasil, começou ontem (2) no Museu da Imagem e do Som (MIS), o Seminário Estético e Histórico do Cinema Japonês, ministrado por Jean Albernaz, das 19h às 22h. O evento acontece até a 6 de junho.
O objetivo do curso é criar um painel histórico e analisar esteticamente os diferentes momentos de um cinema que, mesmo tão visitado, ainda guarda seus mistérios. "O cinema japonês é uma das produções mais interessantes ao redor do globo e influencia artisticamente e comercialmente o cinema ocidental de uma forma mais forte do que se poderia prever: do Faroeste Italiano à onda de Horror Oriental, de Godard e Eric Rohmer a George Lucas e Tarantino", comentou Jean, que é produtor audiovisual formado em Rádio e TV pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) e pós-graduado em Imagem e Som pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Ele também apresentou na FM Regional o programa de música e cultura pop "Microfonia", escreveu e dirigiu o curta-metragem de ficção "Estanque" e ministrou aulas de produção audiovisual para alunos do ensino fundamental e segundo grau.
Segundo Jean, muito do verdadeiro cinema japonês permanece escondido entre os filmes de festival e em meio a ruídos de comunicação causados por diferenças sociais e culturais entre ocidentais e japoneses. "Além do cinema de exportação, existe muito a se conhecer, desde os filmes de gênero (uma especialidade do cinema comercial japonês) à vanguarda, tão subversiva e agressiva quanto se poderia esperar de uma sociedade com costumes tão rígidos", ressalta.
Na programação de segunda-feira, serão abordados os tópicos "Cinema Pré-Guerra e o Cinema Clássico Japonês (Mizoguchi, Kurosawa, Ozu e Ochikawa)" e "Kurosawa e a criação da mitologia moderna americana: De Eastwood à Guerra nas Estrelas". Na terça-feira, o ministrante vai falar de Noberu Bagu e a Nouvelle Vague Japonesa e os documentários de Kazuo Hara, com três estudos de caso. Na quarta-feira, o assunto será sexo, violência e subversão no cinema de exploração no Japão. Na quinta-feira, o cinema independente e o Art Theatre Guild e Shuji Terayama e a vanguarda anárquica. Na sexta-feira, o seminário fecha com os temas "O medo da Tecnologia - A Ficção Cyberpunk e o Horror Japonês" e o Cinema Contemporâneo Japonês.
O valor da inscrição é de 30 reais. As aulas serão por meio de textos, debates teóricos e apresentação de trechos de filmes. Dentro da temática nipônica, o MIS realiza ainda este mês a Mostra de Cinema Japonês, também com Jean Albernaz, a palestra "Arigatô - Um olhar sobre a comunidade nipo-brasileira em Campo Grande", com Maristela Yule, e a Oficina de Origami - Kusudama, com Alexandre Dias.
Mais informações no MIS, unidade da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS) que funciona de segunda a sexta-feira, das 12h às 18h e sábado, das 14 às 18h na Avenida Afonso Pena, 2702. Telefone: (67) 3325 1530.
Nenhum comentário:
Postar um comentário