quarta-feira, 18 de junho de 2008

Após 9 anos, Didi volta a gravar com Dedé e vira ninja em filme

Ricardo Calazans


Depois de anos afastada, uma das mais queridas duplas da TV e do cinema brasileiros volta a se reunir hoje. Com direito a anúncio oficial no início da tarde, Dedé Santana e Renato Aragão reatam a parceria que os consagrou no programa Os Trapalhões e em filmes como Os Saltimbancos Trapalhões e Simbad, O Marujo Trapalhão.



"Ele já está de contrato assinado e amanhã grava sua primeira participação em A Turma do Didi", conta Renato, que nesta sexta-feira estréia nos cinemas o 47º filme de sua carreira, O Guerreiro Didi e a Ninja Lili.

Na TV com Dedé, que tem 72 anos como ele, e nos cinemas com a filha Livian, 9, Renato Aragão parece querer agradar aos antigos e aos novíssimos fãs. Antes de construir o roteiro do que viria a ser O Guerreiro Didi e a Ninja Lili, o humorista decidiu que deveria ouvir seu público-alvo. "Eu ia fazer um filme totalmente diferente, urbano, passado no Rio de Janeiro. Mas perto de iniciar as filmagens, fizemos uma pesquisa com as crianças e elas deixaram claro: 'Queremos que o Didi faça um filme de ninja'", diz Renato.

A surpresa obrigou a equipe a ambientar a nova trama no início do século 19, "para dar um clima de criança órfã que emigra para um novo País". É o caso da personagem de Livian, a órfã (e ninja) Lili, que vai morar com a cruel tia Morgana (Vanessa Lóes) depois de alguns anos no Japão, onde aprende artes marciais.

Seu guardião secreto é o jardineiro (e ninja) Didi, que aprendeu técnicas de luta e pendurou-se em cabos de aço em cenas de levitação. "Nunca tinha levitado. Didi é o 'Jegue' Chan", brinca, fazendo referência ao ator chinês Jackie Chan, especializado em filmes de luta.

"Livinha também estudou três meses de artes marciais antes de filmarmos", relembra.

Estudar muito, aliás, é a regra número um para a menina pisar no set. "Ainda fico cabreiro, porque os estudos são prioridade. Ela estuda em escola britânica 'puxadíssima' e só tira notas altas, então tudo bem. Até brinco que preferia que ela fosse paleontóloga, para estudar os dinossauros. Podia começar comigo", brinca, satisfeito com o filme e a homenagem recebida, em abril, no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. "Depois de 40 anos recebi meu primeiro prêmio", comemora.

Briga de marido e mulher
Antes de assinar com a Globo, há um mês, Dedé Santana comentou o sonho de voltar a trabalhar com Renato Aragão. "O povo cobra muito minha participação com o Didi. Trabalhar com o Renato é o que eu quero, afinal, tudo começou com uma dupla, antes de Os Trapalhões", relembrou ele, na época em que planejava com a direção do SBT uma atração para substituir o Comando Maluco, que perdeu sentido após a morte de Beto Carrero, em fevereiro.

Na ocasião, Dedé falou das desavenças no passado. "Eu e o Renato não brigamos. Foram discussões bobas de 'marido e mulher', mas no final ficava tudo numa boa. Gostaria muito de terminar a minha carreira com ele", ressalta Dedé. "Renato confiou em mim e me deu vários filmes para dirigir", conta, referindo-se a O Mágico de Oroz e O Reino da Fantasia.

O Dia

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