segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Médica é ameaçada de morte por amante de seu ex-marido

 




Uma mulher de 43 anos foi até à delegacia na noite deste domingo (26) após descobrir que o amante de seu ex-marido planejava matá-la.


De acordo com o boletim de ocorrência, a vítima informou que há cerca de 6 meses descobriu um relacionamento extraconjugal de seu esposo, com outro homem, por essa razão o casal se separou mas tentaram reatar, se separando novamente em dezembro de 2024.


Ainda durante o relato, a mulher conta que recentemente o rapaz passou a ligar para ela, a fim de confirmar que estaria se envolvendo com seu ex-marido há cerca de 1 ano. Após este fato, seu ex-marido ligou para avisá-la que o rapaz pretendia matá-la e ficar com tudo que era do casal e com o filho, querendo assumir seu lugar. 


Diante do exposto, a vítima, suspeitando ser verdade a conversa, passou a temer por sua vida e de seu filho, procurando então a delegacia para o registro do boletim. A mulher também afirma que seu ex-marido possui um seguro de vida no nome do casal, solicitado há cerca de um ano e meio. 



Ao ser questionada, não soube informar o endereço do rapaz, apenas o telefone que o mesmo costuma ligar. Por fim, a mulher afirma ainda que o homem tem acesso a sua clínica médica e também a casa que pretende se mudar, sabendo assim sua rotina, acesso esse concedido pelo seu ex marido.


Situação em números

De acordo com dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Mato Grosso do Sul registrou em 2024 um total de 35 feminicídios. Já em Campo Grande os números chegaram a 11.


Segundo a Sejusp, 26 vítimas foram mulheres adultas, com idade entre 30 e 59 anos; seis mortes foram de mulheres jovens, com idade entre 18 e 29 anos; três vítimas com idade acima de 60 anos, além de uma adolescente.


Psicóloga com atuação em área de análise comportamental, Pietra Garcia Oliveira (28), disse ao Correio do Estado que a ocorrência deste tipo de violência contra a mulher é muito sintomática também em Mato Grosso do Sul, visto que o Estado foi o primeiro do país a instituir a Casa da Mulher Brasileira.


“Fomos o primeiro estado do país a instituir a Casa da Mulher Brasileira, e temos de nos atentar a alguns pontos. Existem casos onde o homem não agride fisicamente, entretanto, há agressões psicológicas, e com isso, temos de lidar com os fatos antes que escalem até o feminicídio em si”, argumentou a psicopedagoga.

De acordo com Pietra Garcia, é importante que o Estado pense políticas públicas que protejam as mulheres e também articulem modos de lidar com os homens envolvidos em casos como esses.


“De algum modo, o homem que realiza esse tipo de crime se sente invalidado pela mulher, e nesse sentido, se sente confortável para praticar o feminicídio. Precisamos pensar nesse fenômeno social, assim como precisamos pensar no modo como eles repercutem, inclusive na própria mídia”, complementou. 

Desde 2015, a Lei 13.104/2015 categoriza o crime de feminicídio. De lá para cá, 336 mulheres foram vitimadas em todo o Estado. 


Alicia Miyashiro

Com Correio do Estado

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