terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Morre a escritora Marina Colasanti

 

                                            Foto: Divulgação


Morreu nesta terça-feira, no Rio, a escritora, poeta e tradutora Marina Colasanti, aos 87 anos. Autora de mais de 70 livros para crianças e adultos, ela foi vencedora de nove prêmios Jabuti e do Machado de Assis, conferido pela Academia Brasileira de Letras. Segundo o colunista Ancelmo Gois, Marina morreu em casa e o velório será na quarta-feira no Parque Lage, na Zona Sul do Rio, onde morou parte da infância, da adolescência e da juventude.


Marina Colasanti nasceu na cidade de Asmara, capital da Eritreia, na África, que era uma colônia italiana no ano de 1937. A escritora chegou ao Rio aos 10 anos, em 1948, após o fim da Segunda Guerra Mundial. Ela foi casada por mais de 50 anos com o também escritor Affonso Romano de Sant’Anna, atualmente com 87 anos. Além de escritora, Marina atuou como jornalista, apresentadora de TV, publicitária e tradutora.


Uma das mais premiadas autoras do país, Marina já venceu nove vezes o Jabuti em diversas categorias, com contos (”Eu não sei se devia”, 1997), poesia (“Passageira em trânsito”, 2010) e infantil, que lhe rendeu o prêmio livro do ano de ficção em 2014 (“Breve história de um pequeno amor”). Em 2023, venceu o Machado de Assis, o mais importante prêmio literário conferido pela Academia Brasileira de Letras a nomes que se destacam pelo conjunto de sua obra. Ela também foi finalista do Prêmio Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da literatura infantojuvenil, pelo conjunto da obra em 2024.


A Academia Brasileira de Letras lamentou o falecimento em nota publicada em suas redes. "Escritora brilhante, autora de mais de 70 obras que encantam crianças e adultos, Marina deixa um legado inesquecível para a literatura e a cultura brasileiras", diz o texto. "Em 2023, ela se tornou a 10ª mulher a conquistar o Prêmio Machado de Assis, concedido pela Academia Brasileira de Letras em reconhecimento a sua carreira, marcada pela sensibilidade e pelo talento. Nascida na Eritreia, com passagens pela Líbia e pela Itália, Marina chegou ao Brasil em 1948 e encontrou aqui o espaço para transformar palavras em arte."


A Câmara Brasileira do Livro (CBL), que ano passado lhe concedeu o prêmio de Personalidade Literária na 66ª edição do Prêmio Jabuti, comentou em nota: "A Câmara Brasileira do Livro lamenta profundamente o falecimento de Marina Colasanti, uma das maiores referências da literatura brasileira, homenageada como Personalidade Literária na 66ª edição do Prêmio Jabuti. Com mais de 50 anos de carreira e 70 obras publicadas, Marina deixa um legado extraordinário, que atravessou gerações e fronteiras".


"Marina escreve para crianças livros que também são lidos por adultos. São textos encantados, com leituras que se desdobram", disse a imortal da cadeira de número 10, Rosiska Darcy de Oliveira, no discurso de entrega do Prêmio Machado de Assis a Marina em 2023.


Seu primeiro livro, “Eu Sozinha”, foi publicado em 1968 e suas principais obras são a coletânea de contos "Uma ideia toda azul" (1979), premiado pela Fundação Nacional para o Livro Infantil e Juvenil; "Eu sei, mas não devia" (1993), vencedor do Jabuti e melhor livro de contos; "Rota de colisão" (1993) e "Passageira em trânsito", ambos vencedores do Jabuti de Poesia.


Seus últimos livros publicados foram "Disponibilidade da alma", em julho de 2023, um compilado de 50 textos, entre contos, crônicas, poemas, ensaios e memórias; e "Sereno mundo azul", em setembro de 2023, uma coletânea de contos inéditos.


Por 

 — Rio de Janeiro

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