sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Inflação fecha 2024 em 4,83%, acima do teto da meta, com pressão de alimentos

 



A inflação brasileira acelerou para 0,52% em dezembro e fechou o ano de 2024 com alta de 4,83%, acima do teto da meta. O preço dos alimentos foi o que mais pressionou o indicador e deve voltar a ser o vilão em 2025, segundo analistas. O resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi divulgado nesta sexta-feira pelo IBGE.


Os números vieram em linha com a expectativa de analistas, que projetavam 0,54% em dezembro e 4,86% no ano. Em 2023, a inflação acumulada foi de 4,62%, depois de alta de 5,79% em 2022.


Com o resultado, o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, deve apresentar hoje uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, elencando as razões para a inflação ter ficado acima do teto da meta. Essa é a oitava vez que a meta é descumprida desde a criação do sistema de metas, em 1999.


O centro da meta para 2024 era 3%, com tolerância de 1,5 ponto para cima (4,5%) ou para baixo (1,5%). A carta de Galípolo irá mencionar quais foram e quais serão as próximas medidas do BC para trazer o IPCA para a meta.


Segundo Fernando Gonçalves, gerente do IPCA, condições climáticas adversas ao longo de 2024 no Brasil e no mundo, com cheias em alguns lugares e secas em outros, estão por trás da forte alta dos alimentos. Segundo analistas, a pressão deve permanecer em 2025.


O café moído foi o subitem que mais subiu entre os 377 acompanhados pelo IBGE, com avanço de 39,6% no ano, o que deixou o popular café com leite com sabor mais amargo. Carnes também pressionaram o indicador. O contrafilé subiu 20,06% no ano passado e também figura entre as maiores altas.


Os avanços dos grupos saúde e cuidados pessoais (6,09%) e transportes (3,3%) também foram significativos e ajudaram a puxar o IPCA para cima. Juntos, esses três grupos foram responsáveis por cerca de 65% da inflação de 2024


Considerando o impacto individual sobre o índice, a gasolina foi o que mais contribuiu para o aumento da inflação pelo segundo ano consecutivo. A alta em 2024 foi de 9,71%, com impacto de 0,48 ponto percentual sobre o IPCA.


Os maiores impactos não são necessariamente as maiores altas de preços, pois o peso de cada item na inflação varia conforme a cesta de produtos acompanhada pelo IBGE.


Veja a lista dos itens com maiores altas

Café: 39,6%

Cigarro: 23,94%

Contrafilé: 20,06%

Leite: 18,83%

Etanol:17,58%

Gasolina: 9,71%

Mensalidades do Ensino Fundamental: 8,86%

Serviços bancários: 8,03%

Planos de saúde: 7,87%

Lanches: 7,56%

Veja a lista dos itens com maiores quedas

Cebola: - 35,31%

Tomate: -25,86%

Passagem aérea: - 22,20%

Batata inglesa: - 12,53%

Pacote turístico: - 3,84%

Aparelho telefônico: - 2,20%

Automóvel usado: - 1,08%

Emplacamento e licença: - 1,01%

Energia residencial: -0,37%

Fonte: IBGE


Por 

 — Rio de Janeiro

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