Os produtores de hortaliças enfrentam desafios crescentes devido ao aumento das temperaturas, o que requer uma revisão estratégica do planejamento das propriedades. No caso das alfaces, cultivares adaptadas ao calor e o cultivo protegido estão se tornando mais populares para mitigar os efeitos do clima quente em seu desenvolvimento.
Em 2023, o Brasil experimentou seu ano mais quente registrado, com uma temperatura média de 24,92°C e nove episódios de ondas de calor, de acordo com dados apresentados pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) baseados na Organização Meteorológica Mundial (OMM).
O cultivo de alface em altas temperaturas, com maior incidência de chuvas, apresenta desafios para os agricultores, resultando em plantas de menor tamanho e número de folhas, ou plantas debilitadas com pendoamento, conforme estudo da Universidade Paranaense (UNIPAR). O excesso de umidade e as altas temperaturas também aumentam os problemas com doenças foliares e podridões causadas por fungos e bactérias. É crucial que os produtores trabalhem com cultivares adaptadas a essas condições para otimizar os resultados produtivos, como destaca Silvio Nakagawa, especialista da Agristar do Brasil.
“Por isso, é muito importante para o produtor trabalhar com as cultivares adequadas para essas condições, pois, dessa forma, potencializa os resultados produtivos”, explica o especialista em Brássicas e Folhosas da Agristar do Brasil, Silvio Nakagawa. “Em condições mais adversas, como as temperaturas elevadas em áreas como o Rio de Janeiro, Minas Gerais e a região Nordeste, a alface Margarete tem um bom desempenho, devido à sua robustez, à tolerância de raiz e às resistências ao pendoamento precoce, ao vírus LMV e outras doenças”, explica Nakagawa.
A cultivar Margarete é versátil, adequada para o plantio em campo aberto e cultivo hidropônico, resistindo a temperaturas mais altas e podendo ser cultivada de forma protegida e controlada. Por outro lado, a cultivar Pira Roxa é uma alface de coloração roxa vibrante, ideal para consumo em saladas e pratos decorativos, sendo pioneira na adaptação ao cultivo em condições tropicais entre as variedades dessa cor.
AGROLINK - Leonardo Gottems
Nenhum comentário:
Postar um comentário